Quinta-feira, 15 de fevereiro de 2024 - 15h22
Pés doendo, olhos caídos, um
sorriso no rosto. Assim chega Thaiana, em casa, depois de mais uma note de
carnaval nos blocos de Porto Velho. Ela foi todas as noites, ostentando os abadás que adquiriu. Jogada no
sofá, rapidamente desliza pelas fotos, revivendo os momentos de alegria e
diversão compartilhados com seus amigos enquanto se prepara para o banho,
instantes em que o dia dar os primeiros
sinais do sol. Apesar da exaustão, uma onda de satisfação e nostalgia a envolve.
(suspirando)” Valeu a pena cada minuto”.
A cena termina com Thaiana
saindo do banho, usando um novo conjunto de roupas e aplicando , as pressas, um
toque final de maquiagem. Apesar da exaustão, Ela parece que tem uma bateria
nuclear, seu rosto irradia determinação e felicidade, pronto para enfrentar
mais um dia de trabalho e esperar chegar
para mais um bloco. Ainda tem o rescaldo.
Assim como Thaiana, milhares
de pessoas em todo o mundo, comemoram esse momento. O Carnaval é uma festa de
origem pagã que remonta à Antiguidade, tanto na Mesopotâmia, Grécia e Roma. A
palavra "carnaval" tem origem no latim "carnis levale", que
significa "retirar a carne". Esse significado está relacionado ao
jejum que deveria ser realizado durante a quaresma, além do controle dos
prazeres mundanos. Por esse motivo, durante o Carnaval, era permitido cometer
muitos excessos como uma despedida da vida mundana antes da abstinência.
O Carnaval moderno, com
desfiles e fantasias, é produto da sociedade vitoriana do século XX. A cidade
de Paris foi o principal modelo exportador dessa festa carnavalesca para o
mundo. Cidades como Nice, Santa Cruz de Tenerife, Nova Orleans, Toronto e Rio
de Janeiro se inspiraram no Carnaval parisiense para implantar suas próprias
festas carnavalescas.
Na Babilônia, o ritual no
templo de Marduk era realizado pelo rei nos dias que antecediam o equinócio da
primavera, período de comemoração do ano novo na região. O rei perdia seus
emblemas de poder, era surrado na frente da estátua de Marduk como uma forma de
demonstrar sua submissão à divindade e, em seguida, reassumia o trono. Há se
pudéssemos viver pelos menos um dia como esse. Hoje, porém, o prefeito só
entrega as chaves da cidade para o Rei Momo, um simbolismo, que pena...
Thaiana se prepara para o fim
do Carnaval, o encerramento de uma época de festividades, extravagâncias e
celebrações. É uma festa conhecida por sua exuberância, onde as pessoas se
entregam aos prazeres mundanos, às fantasias e à liberdade efêmera. Durante
esse período, as pessoas se permitem escapar das preocupações do dia a dia,
mergulhando em uma realidade alternativa de alegria desenfreada. No entanto,
essa alegria é passageira, e o fim do Carnaval nos confronta com a
inevitabilidade da mudança e da impermanência.
As ruas se esvaziam, os palcos
são desmontados, e a euforia dá lugar à serenidade. No entanto, esse período de
transição não é apenas simbólico; ele carrega consigo uma profundidade
filosófica e espiritual, especialmente quando associado ao ritual das cinzas.
O fim do Carnaval é marcado
pelo início da Quarta-feira de Cinzas, um dia que simboliza o início da
Quaresma, um período de reflexão, penitência e preparação para a Páscoa na
tradição cristã. Durante as celebrações da Quarta-feira de Cinzas, os fiéis
recebem uma marca de cinzas na testa, acompanhada da frase bíblica: "Lembra-te
que és pó e ao pó voltarás" (Gênesis 3:19).
Essas cinzas representam a
transitoriedade da vida e a necessidade de humildade diante da finitude humana.
Elas nos convidam a olhar para dentro de nós mesmos, uma reflexão sobre nossas
ações, nossos propósitos e nossos relacionamentos. É um momento de avaliação
pessoal, de reconhecimento das próprias fraquezas e limitações, mas também de
esperança e renovação. É um momento para
examinarmos nossas prioridades, nossos valores e nossas escolhas, e para nos
reconectarmos com aquilo que realmente importa.
À medida que as cinzas são
aplicadas de maneira simbólica em nossa testa, somos lembrados da nossa
mortalidade e da necessidade de vivermos com sabedoria, humildade e gratidão.
Que este período de reflexão nos inspira a buscar uma transformação interior,
um cultivo de relacionamentos significativos e a vivermos de forma mais
consciente e autêntica, não apenas durante a Quaresma, mas em todos os dias de
nossas vidas.
Thaiana, renovada como uma
borboleta, está pronta para mais um ano a ser vivido com intensidade.
Rubens Nascimento, é Jornalista,
Bel.Direito e Mestre Maçom.
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