Terça-feira, 27 de outubro de 2020 - 13h18
Das palavras nascidas no mundo
da abstração, sorte é a que provoca maior alvoroço na antessala da expectativa,
como se estivéssemos no porto da esperança, aguardando o resgate de uma
embarcação, à deriva dos nossos sonhos. A gente nunca sabe quando ela aportará
na terra firme dos desejos, nem a intensidade das ações que ela carrega, efeito
sem causa, inexplicável. A sorte é cega onde bate prega.
Eu mesmo já disse em diversos textos que
a sorte não existe, que ela é fruto de nossas escolhas, etc. e tal, mas é fato que certos acontecimentos da
existência são tão inexplicáveis, que a gente não tem outro recurso senão
recorrer a palavrinhas intangíveis, como sorte, azar e seus respectivos
sinônimos, para justificar o infortúnio ou o sucesso. Nasceu com a bunda virada pra lua - como se na maioria das
vezes a sorte estivesse arbitrando nossas ações, mas também é fato que a sorte ajuda a quem cedo madruga.
As situações provocadas pelas
entidades, sorte e azar, além de matéria prima para poetas, notadamente os
neófitos, também servem para justificar a vida ou a morte, em tempos de
pandemia: − meu primo deu azar pegou o coronavírus e faleceu, já eu,
estou com sorte, não peguei a Covid 19. Tomara que a vacina, de
qualquer cor, apareça logo, mas a História, mestra da vida, diante dos embates
entre Doria e Bolsonaro, nos acena com A Revolta da Vacina, ocorrida em
novembro de 1904. Quem tomar a vacina paulista vai morrer com os olhos
puxados.
Nesta época, parte de Porto
Velho ainda era acreana, embutida no Tratado de Petrópolis (1903), quase 120
anos depois e ainda não aprendemos a separar a saúde pública das querelas
políticas pelo poder. O povo que se foda, à deriva da própria sorte.
Pesquisem os absurdos da
revolta da vacina e vejam que, guardadas as devidas proporções de tempo e
personalidades envolvidas, ainda se explora o medo do povo pelas vacinas, mediante
fakenews de toda ordem, como se a aprovação da OMS e da Anvisa não tivessem
valor: cuidado! o coronavírus está chegando ao nosso país pelas antenas da tecnologia 5G. Rsrsrs.
Nem acenando com a jovialidade
desta vacina os críticos convencem, porquanto as vacinas contra a poliomielite e
o sarampo são bem velhinhas e estão sendo absurdamente rejeitadas, no mesmo
embalo da Covid, propiciando o retorno destas doenças, já erradicadas do
Brasil. Envolvimento político em questões sérias de saúde, só contribui com a
hipocrisia: morreu, mas foi pro céu…
Vou tomar a primeira vacina
que aparecer, confiante, porque acredito nos supercomputadores contemporâneos,
capazes de abreviar sensivelmente o tempo de pesquisa; confio no trabalho
persistente dos cientistas e agradeço aos milhares de humanos que serviram de
cobaias, durante as etapas de testes. Não sucumbirei ao vírus da
ignorantite, sou vacinado.
Nem faço questão de saber se ela é
chinesa, russa, inglesa, americana ou brasileira, sei por intuição que minha
sorte não está à deriva de mim mesmo. Lembram da fábula do escorpião que estava
se afogando e foi salvo pelo Mestre Zen, mesmo depois de ter levado duas
picadas? pois é, a natureza de certos políticos é confundir, mas isto não vai
mudar a natureza do cientista, que é ajudar. As fakenews politiqueiras não
mudarão o meu foco, nem minha confiança nas vacinas. O que você resiste, persiste, nos ensinou Carl
Jung.
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