Domingo, 22 de maio de 2022 - 09h48
Durante
anos frequentei assiduamente a Casa da Beira - Alta, no Porto, e participei nos
almoços de confraternização, que se realizavam mensalmente.
Numa
quarta-feira – fria e chuvosa, – sentei-me junto a cavalheiro, de meia-idade,
que logo entabulou conversa. Vivia no Porto, mas tinha vinhedos na Beira -
Alta, que produziam excelente vinho do Dão. - Segundo disse.
Depois
de me aconselhar a visitar a vinícola de D. Miguel, em Nelas, a conversa
derivou para a Internet.
Nessa
recuada época nada sabia de informática – como ainda nada sei.
Após
rasgados elogios à " via rápida do conhecimento" disse-me que ela era
faca de dois gomes: tanto era boa como má. Dependia da forma como era usada.
A
conversa foi escorregando para outros temas, v.g. a bonita cidade de Viseu.
Hoje
quem não tem Internet ou não sabe manejar o computador, é quase analfabeto.
Infelizmente
a população idosa, em geral, desconhece como trabalha o computador, e anda
aflita para tratar seus problemas junto das repartições públicas, que remetem
quase tudo para sites e informa através de e-mail.
Acrescenta-se
que muitos auferem reformas tão insignificantes reformas, que mal chega para
adquirir medicamentos, quanto mais computadores.
O
único remédio é desenrascaram-se e pagar a quem o faça, dando a conhecer, a
estranhos, a vida privada.
Eu
sei que estamos numa sociedade que é quase indiferente com os idosos pobres e
remediados, mas seria de grande justiça – não são os velhos cidadãos como os outros
? – que as entidades atendessem, também, pessoalmente?
Bem
sei que quase ninguém pensa nos nossos idosos. Os responsáveis tão entranhados
andam nos problemas da nação, que nem se lembram da população pobre e idosa,
que vive só, desamparada de tudo e todos.
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