Segunda-feira, 17 de agosto de 2020 - 16h48
A magia do cinema, hoje mais
mágica do que nunca, faz releituras das artes literárias, da mitologia, da
história, das várias vertentes das artes cênicas e até mesmo da ciência, levando
o encanto pra dentro das nossas casas, via telas menores, como se a TV, o
celular e a internet fossem meros braços divulgatórios do cinema; um aperitivo,
um convite para comparecer à sala escura, com tela gigante, onde a magia pode se
expandir a 3D, e saborear, com todos os sentidos, o poder da varinha de condão,
no processo criativo da realidade virtual, na qual tudo pode acontecer, transformando
o cinema numa arte mágica por excelência, capaz até mesmo de seccionar o Mar
Vermelho.
Nem o
Vento Levou Os Oito Odiados de Rondônia, viraram Ghost
A ideia de arte pode ser especificada a partir da enumeração das sete
artes tradicionais: Pintura, Escultura, Dança, Teatro, Literatura, Música e Cinema. Todas estas manifestações são expressões da
criatividade, mas nenhuma delas se sobressaiu tanto quanto o cinema, a ponto de
se transformar numa indústria poderosa. Hollywood produz anualmente cerca de
800 filmes, muitos permanecem na memória coletiva, são inesquecíveis. Qualquer
pessoa que goste de cinema tem o seu filme e os seus protagonistas preferidos,
especialmente os que marcaram presença nas festas do Oscar, do Globo de Ouro
(EUA) ou da Palma de Ouro de Cannes (França), onde Anselmo Duarte e Dias Gomes
invocaram Iansã, pagaram promessa (O
Pagador de Promessas), via Zé do Burro, e assim ganharam o único ouro
da história do cinema brasileiro, em 1962. Hoje, só os Parasitas ganham.
O 19º Covid Furado! Com Giuliano Gema! Em cartaz no cine Resky.
Entrar
na história do mundo pela porta do cinema, participar das grandes guerras
mundiais, sem ter vivido naquela época, conhecer inúmeras histórias, tragédias,
dramas, comédias, animações, desenhos, pelas mãos do Dr. Hollywood, o inventor
do cinema, são algumas das possibilidades da magia. Não se trata de acompanhar
a evolução do cinematógrafo (1895 a 2020), mas de perceber como a magia foi, divinamente,
do simples ao extraordinário, do mudo ao estéreo, do preto e branco ao
colorido, de Chaplin a Antonioni , em tão pouco tempo, fazendo
com que o Oito e Meio de Fellini seja maior e mais
genial do que o dez da matemática.
Por um
Punhado de Cruzeiros, direção de Guido Margarina e participação especial dos Irmãos Metralhas,
no cine Brasil.
O cinema transita pelo tempo, com uma desenvoltura
inigualável, se deixando manipular por dezenas de grandes mágicos da direção,
do roteiro, da trilha sonora, da fotografia, dos efeitos especiais, do
computador, do elenco (principalmente), que, depois de uma Odisseia no
Espaço com Stanley Kubrick, fizeram uma visita aos
dinossauros com Steven Spielberg, sem esquecerem de dar uma
ajudinha ao ambiente misterioso do
mágico Harry Potter, ou de se perderem em Marte, na pele de Matt
Damon, divertindo milhões de espectadores, em todo o mundo. O suspense
vinha da cabeça de Hitchcock e a animação dos
Estúdios Disney. O rugido do Leão da Metro ainda é a causa da Psicose de
muita gente.
Preguiça gigante abraçada
a um Mapinguari, tomando banho de lua, às margens do rio Acre, o filme do
ano: O Mapinguari tarado, no cine Lacerda.
A
pequena minhoca apaixonada, conhecida por Lumbricus, vivia um drama, já estava
na quinta paquera e não achava o parceiro ideal, foi aí que resolveu visitar a
superfície. Conheceu várias espécies, porém nenhuma atendeu suas expectativas
performáticas. Decidida, pediu transformação ao mágico hollywoodiano: poderia
virar uma Sucuri, mas se contentou em retornar ao buraco, depois que ficou
sabendo, que os outros animais tinham um único coração. Se era chato viver no
submundo do subsolo, com dez corações, imagine na superfície. Revoltada com a
informação, fez cocô no chão, pra realçar o verde, e saiu serpenteando o
quadril, em busca de novas paqueras, ignorando o formato do pecado, com trilha
sonora de Andréa Figueiredo e Ennio Morricone.
Nem Django
Matou o Mito, do mesmo diretor de Quem Matou Olavo? Lançamento
simultâneo nos shoppings da rede Cascavel, em todo o Brasil.
Dirigir uma história, no cinema, é fazer magia com
uma câmera e todo o seu séquito, do qual faz parte não só o elenco, mas um corpo
técnico de respeito. É oferecer ao público a oportunidade de acreditar num
universo, ao qual ele não está acostumado. São alguns minutos ou poucas horas,
para você migrar para outra realidade, onde o inimaginável se torna banal ao
atravessar um guarda-roupas, uma ponte ou uma estação de metrô. A magia é fazer
o público acreditar no que está acontecendo na tela. Mas o cinema não é só diversão, é também protesto, cultura, é a
forma de conhecer o sobrenatural, o sexo, a violência, é a possibilidade de
registrar fatos e descobertas em documentários magníficos, é permitir uma
viagem interior exploratória das emoções, acompanhando o desenrolar de inúmeras
cenas dramáticas, um mundo alheio ao seu dia-a-dia, mas real, nem que seja pelo
tempo de uma sessão virtual. E o sertão virou mar.
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