Domingo, 4 de fevereiro de 2024 - 09h35
Conhecido
de D. Francisco Manuel de Melo, contava entre seus bens, a quantidade de amigos
que possuía e, tinha razão, porque, quando são leais, sinceros e dedicados, são
bens mais valiosos que oiro e prata. São anjos, que Deus nos proporciona para
amenizar as agruras da vida.
Infelizmente,
anjos bons, são raros, a maioria dos amigos comportam-se como as formigas, que
só procuram celeiros cheios, como os de Job; outros, hipócrita, buscam: fama,
influencia e glória, como os de Camilo, que tendo " Cento e dez, tão
serviçais", mas vendo-o doente, pobre e quase cego, diziam: " - Que
vamos lá fazer? Se ele está cego, não nos pode ver!..."
Também
eu, durante a minha longa existência tive amigos, companheiros de jornadas, que
Deus, na Sua infinita bondade, colocou-os no meu caminho, a quem lhes devo o
que fui e o que sou.
Muitos
perdi-os no correr dos anos, ceifados pela impiedosa Morte, mas ficaram, para
sempre, gravados no filme da memória, com gratidão e saudade.
Entre
eles, destaco o Silvério, que me abriu as portas, que muito necessitava, não
por amizade, porque mal me conhecia, mas pelo bondoso coração, que tudo fazia
para ajudar quem muito precisava.
Deparei,
também, na estrada da vida, muita ingratidão, falácias e cambalachos, e ainda
quem utilizando a política (que devia servir para o bem de todos,) me
prejudicou no termo da carreira profissional; e tudo porque não sou, não era,
nem quero ser – porque abomino opinião de cabresto, nem penso por cabeça alheia
– militante de partido político...
Porém
Deus sempre me amparou, como Pai que cuida dos filhos, não que fosse ou seja
merecedor, que não sou, mas creio, como supunha Jean Guitton: a Misericórdia
divina é superior à Sua Justiça.
Jesus
sempre me enviou e certamente enviará, nos momentos angustiosos, anjos da
guarda, que permanecem presentes nas horas de amargura.
Foram
e são mãos humanas, guiadas pela Mão de Deus, que consolam, apoiam e abraçam.
Seria
justo citá-los, mas muitos já não se encontram entre nós, e os mortos não têm
vaidade; os que restam, certamente, não gostariam de se verem em letras de
forma.
Decerto,
o leitor, também deparou e deparará, ao longo da vida, " anjos", que o
acolheram e o protegeram. Se atribuiu, alguma vez, o auxílio à sorte ou acaso,
está redondamente enganado, foi certamente, a Mão de Deus que fez a mão dos
homens agir.
Não
foi sem razão, que o conhecido do nosso clássico, incluía no rol dos bens, os
amigos fiéis e dedicados.
Porém
não é fácil topar, no percurso da nossa peregrinação terrena –
"anjos".
Os
que nos abordam, em geral, não são "anjos" da Luz, mas das trevas.
Buscam interesses e o vil metal, que tudo compra e tudo corrompe.
Já
o ilustre Rei Salomão, dizia: " As riquezas granjeiam muitos amigos; mas
os pobres, o seu único amigo, a deixa." - Pv.19:4
Infelizmente
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