Quarta-feira, 21 de outubro de 2020 - 10h17
Não sou filólogo
nem purista, nem sequer escritor. Limito-me a ser modesto cronista, e deixo
fugir – para minha vergonha, – calinadas, que muito me desgostam.
Consolo-me,
porém, ao reconhecer, que muita boa gente – de elevado grau académico, –
incorre, também, em crassos erros de palmatória.
Vem o
preâmbulo a propósito de escritores consagrados, reconhecidos pela crítica,
como excelentes prosadores, que apresentam, involuntariamente, em romances e
ensaios, graves erros gramaticais.
Escritores,
soberbos estilistas, como foi o extraordinário Eça de Queiroz, pecaram e pecam
por enxamearem as obras de: galicismos, anglicanismos e neologismo,
inconcebíveis.
Acabo de
folhear: “ Falar e Escrever”,vol. II de Cândido de Figueiredo, e deparo com a
pergunta formulada por menina (senhora?) do Rio de Janeiro, dizendo que Eça
escreveu nos “Maias” a frase: “gochemente dissimulado na sombra”
e interroga sua opinião.
O conhecido
filólogo, comenta:
“ Se
fosse apenas neologismo! Mas é um galicismo descarado e absolutamente
inadmissível. Como advérbio de modo pressupõe o adjetivo goche, que nós
não temos, não precisamos nem teremos, enquanto nos ufanarmos de falar
português.
“ Não há ninguém que não admire o formoso talento do autor de “Os
Maias”, e a imaginação, mas, realmente, se Lulu quer estudar a língua
portuguesa, nos livros de Eça de Queirós, dou-lhe os meus sentimentos, porque
nunca saberá”
O bom
português encontra-se em escritores, como: Camilo e Castilho, e em numerosos e
respeitados prosadores brasileiros e portugueses.
Acerca de
Camilo, Vasco Botelho do Amaral, in: “Glossário Critico de Dificuldades da
Língua Portuguesa” diz: “ A linguagem de Camilo é riquíssima de valores
expressivos (…) Em todas as páginas revela o Mestre o diligente estudo a que se
consagrou, auscultando os dizeres das bocas populares e investigando nos
clássicos, documentos ignorados, mas de inestimáveis riquezas idiomáticas.
Junte-se a isso o extraordinário génio verbal e estilístico do escritor, e como
resultado nos apresentará a admirável vernaculidade da língua de Camilo”
O português do
Brasil, apesar de tentativas infrutíferas de “criarem” uma língua, e haver
sofrido influência do tupi, quibundo e dialetos africanos, além de vocábulos de
línguas europeias, continua, com alguns baldões, a ser respeitada pelos
consagrados prosadores do Brasil.
Porém, bom
seria – penso eu, – que neologismos importados, só fossem introduzidos, após
escutarem os países de língua portuguesa.
É o caso,
entre outros, dos telefones móveis: celular num, telemóvel noutro, se pretendemos,
que os da Comunidade da Língua Portuguesa, se entendem entre si.
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