Segunda-feira, 23 de novembro de 2020 - 18h10
Teixeira de Pascoais, grande poeta de Amarante,
que faleceu em 1952, dizia: “ Escrevendo, cedo apenas a uma necessidade
espiritual de revelação ou confissão.” - “S. Jerónimo”
É a “necessidade” da maioria dos
que escrevem, em prosa ou verso.
Escrever é comunicar; conversar com o leitor.
Várias vezes ouvi, o grande jornalista Costa Barreto, de: “ O Comércio do
Porto”, afirmar: “ O jornal não tem leitores, mas sim os colaboradores”.
Também Lopez-Pedraz, disse: “ As razões
convencem o homem, mas é o homem que escolhe as razões, que o convencem. E,
naturalmente as escolhe de acordo com aquilo que quer convencer-se.”
Eu sei, ao emitir opiniões posso influenciar os
que possuem sensibilidade igual ou semelhante à minha.
São os cronistas, muitas vezes, a voz, dos que
não têm ou não querem ter voz.
Não é fácil escrever, para o público. Havia, no
tempo de meus avós, velho adágio, que rezava, mais ou menos, assim: “ Quem
edificou na praça, a muito se aventurou: uns dizem, que alta é; outros, de
baixa não passou”.
Nem tudo que escrevo, agradará ao leitor. Mas
também não escrevo para agradar ou convencer, seja quem for. Cada qual, ao
ler-me, deve pensar assim: concordo ou não, com o que diz, e reflectir.
Certa ocasião, jovem estudante, referindo-se às
minhas crónicas, publicadas in: “O Correio do Ribatejo”, enviou-me carta
aberta, dizendo assim:
“ Quando o leio, nem sempre concordo com o que
diz; mas faz-me pensar.
“ Confronto, então, com o meu parecer. Isso
torna-me mais madura, e faz-me crescer e reflectir.
“ Quantas vezes, concluo: estava equivocada!
Nunca analisei, o tema, por essa faceta…”
É o jeito inteligente, como se deve ler os meus
textos, e dos outros cronistas; com espírito critico: “ Está certo ou errado?”
Este modo de ler, chamo: ler com inteligência,
e ajuda a melhor compreender a colectividade.
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