Sexta-feira, 22 de dezembro de 2023 - 11h52
Nem todos, ao abrirem uma
janela, conseguem divisar a vista, é como se a janela estivesse fechada, estão
cegos, cegos que pensam que veem, ou, como dizia Saramago, cegos que vendo não
veem.
A ignorância cega, o medo
cega, a paixão cega, e há os que de tão toscos sequer enxergam à frente, mal
veem um palmo além do nariz. Um velho irmão marista, professor de literatura,
nos anos da minha adolescência, costumava dizer em sala de aula que “horizonte
não é pra qualquer um, só se vê a vista com preparo”.
O horizonte é uma conquista,
depende de leitura, é um estado de espírito, muitos o olham, mas poucos o
enxergam. A sala de aula bem aproveitada, regurgitada em anotações, é o início
da educação do olhar, amacia a caminhada e firma os passos ao futuro, abrindo
janelas, ainda que algumas insistam em permanecerem fechadas. Machado de Assis
dizia que o modo de compensar uma janela fechada é abrir outra.
Os onívoros culturais, ao
lerem de tudo, adquirem uma capacidade especial de compreensão, fazem parte de
uma seleta minoria, a dos que apuram a vista com um sorriso compenetrado. Cada
texto vencido vai fornecendo apetrechos à memória, acumulando capital na
conquista dos horizontes visuais e intelectuais.
Com estudo e leitura, as
paredes da ignorância vão paulatinamente recebendo janelas, sensibilizando os
cenários, como a vista de uma borboletinha multicor, que, fugindo do vento
frio, bate na sua vidraça, querendo abrigo, com um sorriso enigmático. Abra a
janela, acompanhe com o olhar o ziguezague do voo mágico do pequeno ser, feito
o desenho da estrada da vida, deixe que a singeleza do belo mergulhe em seu
interior, permita que a arte do simples também faça parte das suas vistas.
Não existe janela que não se
possa abrir, cada uma delas possui uma relação de dependência com a vista
almejada. O efeito simbólico de abrir janelas é produto do esforço de cada um,
gratificado com vistas significativas.
O rio Madeira está muito cheio hoje. A régua de medição das enchentes está marcando quase 17 metros em Porto Velho. Essa marca é a cota de alagação,
A Estátua da Responsabilidade e o Poder Moderador
Nos meus tempos de faculdade presencial, nos idos das décadas de 1960/1970, tínhamos, durante o ano letivo, praticamente 4 meses de férias – para nó
¨1 Anos - Nas trilhas do tempo
Hoje completo 61 anos. Não são apenas números, mas marcos de uma jornada que moldou quem sou. Se pudesse resumir essas seis décadas em uma palavra,
Os restos mortais de Eça; pertencem ao estado ou á família? (Continuação)
Também Manuel Tavares Vieira, na: " Tribuna Pacense", de 27/X/2023, ao comentar a trasladação, afirma: " Não se percebe muito bem esta súbita vontad