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Crônica

Le Brésil n’est pas un pays serieux!


Le Brésil n’est pas un pays serieux! - Gente de Opinião

Estamos em ano de eleição e o que o mais repercute são os atos dos ministros do STF, decretando que Lula, e, de tabela, todos os envolvidos na operação Lava Jato são inocentes, ignorando os bilhões de reais devolvidos aos cofres públicos, mediante acordos de leniência e confissões pós investigação. O procurador Dallagnol, recentemente, escreveu no seu Twitter: “A Lava Jato investigou crimes e aplicou a lei. Os 5 bi devolvidos por criminosos confessos aos cofres públicos não cresceram em árvores”. Não se impressionem se o STF autorizar o reembolso do dinheiro que foi surrupiado pelas empresas corruptas. Não podemos continuar aceitando o termo pilantra como sinônimo de político. Os Ptralhas são inocentes ou coniventes? Responda, votando certo!

A angústia da expectativa muda o humor, provoca discussões virtuais e nos põe à beira de um abismo depressivo. Mal nos recuperamos de um ataque virótico invisível/silencioso e já nos deparamos com o dilema de uma escolha ruidosa, tramada nos salões do STF/TSE. Em tempos de eleição, a ansiedade da escolha aterroriza a espera, aqui não se trata de um inimigo invisível, mas da possibilidade de escolha de um conhecido facínora ou de um capitão sem patentes administrativas comprovadas, para voltarem a governar o país, em nome de uma democracia fragilizada. Somos pela renovação, vamos testar o que ainda não foi testado, melhor do que persistir no erro. Já que não devemos trocar pela força, a opção mais viável é a escolha de quem ainda não governou:  ele inspira confiança. Vote no alternativo.

São tantos partidos, tantas esquerdas e tantas direitas, são tantas propostas, tantas faces mascaradas se oferecendo ao olhar do eleitor, tantas mãos entreabertas para que não lhes possamos ver as linhas do destino, tantos discursos demagógicos, tanta ingenuidade, assimilando as promessas e prometendo o voto em troca de promessas populistas, que desestimula o envolvimento de pessoas sérias, é como se a gente, ao se meter com a política, estivesse se envolvendo com o bloco dos sujos, com a ralé da espécie humana.

O que mais irrita é a ingenuidade apaixonada do eleitor e a cegueira dos eleitores petistas de carteirinha, que não pensam no país, na nação. Insistem na imagem fantasiosa do homem simples qua ajudou o pobre a comer carne e a ter seu carro próprio, mesmo que para isso tenha vendido a alma ao diabo e dilapidado o erário público. Inocentemente, a massa desinformada acredita no veredicto de um tribunal político, sem moral, sem isenção para julgar o patrão.

De quatro em quatro anos é sempre a mesma coisa, infelizmente o voto, no Brasil, é loteria, mas é a oportunidade que o povo tem de sair da mesmice, de apostar em novas propostas. A angústia da eleição envolve sintomas físicos e psicológicos, é estressante: controle-se, respire fundo, vote no candidato que lhe convenceu que será um bom gestor público, o único que colocou alguns dos pilantras do Brasil na cadeia. Fuja da inércia, faça do voto um exercício de descarrego e, ao chegar em casa, tome um banho morno com arruda, aroeira e alecrim, rememorando Mário de Andrade: “O passado é lição para se meditar, não para se reproduzir”.

Durante a comemoração dos 100 anos da Semana de Arte Moderna, o movimento que virou às avessas a cultura brasileira, que tal fazermos o mesmo com a política, elegendo uma inesperada terceira via, rejeitando de vez o passado corrupto e a mesmice de candidatos semianalfabetos com propostas mirabolantes, tramadas dentro de uma possível federação de partidos de esquerda, com resultados presumíveis e assustadores. Minha obra toda badala assim: Brasileiros, chegou a hora de realizar o Brasil” (Mário de Andrade).


Já está na hora de gritarmos para o mundo: − respeitem nosso país, o Brasil é um país sério!!

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