Sábado, 21 de maio de 2022 - 19h55
Sábado
pela manhã. Dia como outro qualquer.
Ele
estava jogando bola com os amigos, como, de vez em quando, podia se dar ao
luxo.
Havia acabado
de entrar para jogar, coisa de dois minutos no máximo.
Caiu de
forma tão suave e discreta que mal foi notado pelos demais futebolistas.
A
discrição da queda, no entanto, contrastou com a gravidade do caso. Ao primeiro
contato dos colegas já se percebeu que era bem sério o problema.
Sucedeu-se
correria desesperadora contra o tempo. Ligação para o serviço público de
emergência, que demorou tanto para atender a ligação, quanto, sobretudo, para
chegar ao local.
Enquanto
isso, os colegas jogadores, atônitos, revezavam-se em massagens cardíacas e
outras manobras no desespero para tentar reavivar o colega.
Finalmente,
os socorristas chegaram e pareceu coisa de cinema.
Máscara
de oxigênio, tubos e até equipamento para choque foram imediatamente
posicionados e utilizados.
Mais de
meia hora de tentativa de trazer o pobre jogador à consciência. Só choques
foram cinco, seis.
Tudo em
vão.
Lá pelas
tantas começaram a desmobilizar os equipamentos e, então, alguém perguntou se o
levariam para o hospital.
A
resposta colocou um ponto final nas esperanças: “Não levaremos. Já tentamos
revivê-lo por mais de meia hora.”
Naqueles
minutos terríveis que mediaram entre a queda e o óbito descobriu-se que a
vítima morava sozinho aqui em Porto Velho com a esposa e que possuíam um bebê
recém-nascido (de algumas poucas semanas de vida).
Esses
detalhes íntimos trouxeram ainda mais comoção para o trágico acontecido.
O rapaz
tinha cerca de 30 anos e, aparentemente, estava muito bem fisicamente. Mas, vai
saber…
Logo
depois chegou uma mulher que aparentava que desmaiaria, tamanho o seu
desespero. Não era a viúva. Era uma colega, digo, amiga de trabalho.
Só
podemos imaginar o desespero da viúva e dos parentes e amigos mais próximos
diante de um tal ocorrido.
Nenhuma
morte é boa, mas a absoluta surpresa acaba trazendo ainda mais drama para esse
evento que poucos aceitam.
Como
admitir que o marido/filho/pai/irmão/amigo, que saiu para divertir-se de forma
tão inofensiva (jogar bola!), acabou de perder a vida?
Talvez
tivessem combinado um almoço para depois do futebol; um cinema à tarde; um
churrasco no domingo. Talvez, talvez, talvez!!!!!
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A morte
põe um ponto final em tudo…
A morte
faz tudo parecer pequeno.
Difícil,
demasiadamente difícil encontrar palavras de conforto nessa hora tão extrema.
Talvez
porque fiquemos com aquela sensação – que é verdadeira – de que jamais, nessa
vida terrena, reencontraremos a pessoa falecida, jamais conversaremos de novo
com ela, cause-nos esse vazio tão grande.
Talvez
por isso seja tão difícil perder as pessoas, sobretudo as mais próximas, as que
mais amamos e valorizamos.
A vida é
assim mesmo. Não nos resta outra a não ser nos resignar.
A morte é
a coisa mais certa e inevitável que existe. Quando nascemos, única coisa que é
certa, que vai ocorrer mesmo, é a morte; mas, nada obstante, relutamos tanto em
aceitá-la. Tudo o mais pode ser evitado ou moldado; a morte, não.
Quanto
mais virtuosa a vida, mais festejada há que ser a morte, porque, em última
análise, significa o caminho para a vida eterna, o descanso no paraíso, no céu.
A morte é
só o começo para uma vida melhor, para a verdadeira vida.
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O
subtítulo ou mesmo o próprio título desse riscado deveria ser APROVEITEMOS
A VIDA ENQUANTO PODEMOS – porque é disso que se trata. Aproveitar a
vida na sua beleza, na sua inteireza, na sua maravilhosa sucessão de fatos
extraordinários.
Um dia
todos nós faremos nossa passagem. Pode ser ano que vem, na próxima semana ou
mesmo hoje.
Essa
circunstância absoluta, que todos desconhecemos quando acontecerá, já bastaria
para, por si só, tornar essa aventura – viver – absolutamente extraordinária.
Viver é,
disparado, a melhor e maior graça que nos é dada enquanto seres humanos. Nada
pode ser mais divertido, emocionante, enriquecedor.
A coisa
mais bela da vida é a vida em si mesma.
O ser
humano precisa de muito pouco para ser feliz; menos ainda para viver...
Pensemos
nisso. Amemos a vida – exatamente como ela é.
No
entanto, nossa vida é um sopro! Num piscar de olhos podemos deixar de
existir!!!!
Assim, o
caminho mais natural é viver cada momento como se fosse o primeiro, o
último, o único! Aproveitar cada instante neste mundo maravilhoso, singular
e absolutamente inigualável no universo até agora conhecido.
Dia
desses uma criativa postagem em uma rede social dava total razão a estas
linhas: PREVISÃO DO TEMPO: ELE ESTÁ PASSANDO. APROVEITE!
Cada
momento passado é uma oportunidade perdida se não aproveitada como poderia ter
sido!
A hora de
amar e viver é hoje, agora!
A correria
insana que se tornou nosso dia a dia, sobretudo depois da explosão da Internet
e dos smartphones, distancia-nos cada vez mais das pessoas que amamos.
Estamos próximos fisicamente, mas longe, bem distante em termos de intimidade,
de comprometimento, de relacionamento.
Bem disse
Marcelo Alves Dias de Souza, do Ministério Público Federal, NÃO É A MORTE
QUE NOS SEPARA, NÃO. É A VIDA!
Não
precisamos esperar a morte de nossos entes queridos para devotar nossas vidas a
eles. “É na saudade que se dá valor. Mas, só vamos aprender vivendo!”, a canção
sentenciou… No entanto, por que não aprender de uma vez, a partir da
experiência de tantos que já se foram e de outros tantos que já sofreram por
isso?
Preocupamo-nos
demais com questões pequenas; esquecendo da essência das coisas. Para ficar num
só exemplo, quantos casais, quantas famílias, quantos amigos viajam juntos e,
em vez de desfrutar desse momento especial, acabam se perdendo diante do
primeiro contratempo que aparece?
Aliás, se
fosse para listar o mundaréu de pequeninas coisas que tanto nos afligem o
coração e que nos impedem de aproveitar tudo que a vida tem para oferecer, esse
escrito não teria fim.
Então,
fiquemos por aqui. APROVEITEMOS A VIDA ENQUANTO PODEMOS!
Carpe
diem!!!!!
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Dedicado
ao jovem Flávio Ferreira de Almeida.
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REGINALDO
TRINDADE
Procurador
da República. Pós-Graduado em Direito Constitucional. Membro da Academia
Rondoniense de Letras. Idealizador da Caravana da Esperança, do Bazar da
Solidariedade e do Movimento FAROL DE ESPERANÇA – Resgatando VIDAS! Aprovado em
dois exames da Língua Inglesa pela Cambridge University, Inglaterra (First
Certificate in English – FCE e Certificate in Advanced English – CAE). Doador
do Médico sem Fronteiras e do Greenpeace. Colaborador da Associação
Pestalozzi, da Casa Família Rosetta e da Associação Acolhedora Vencendo
Gigantes (outrora Confrontando Gigantes). Ser humano abençoado e em construção.
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