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Crônica

Onde se fala da palmatória e da palmada


Onde se fala da palmatória e da palmada - Gente de Opinião

A escola no tempo de santo Agostinho, era teatro de pancadaria brava. Era a palmatória, a bofetada, e até o chicote, que trabalhava, por qualquer engano ou esquecimento.

  No Brasil, no princípio do século XIX, as crianças, na escola, eram tratadas às palmatoadas. Palmatória – que por vezes, tinha um espinho, – e a vara nodosa, silvava, frequentemente, pela cabeça e orelhas, com alfinete na ponta, por qualquer engano.

Quando não se sabia a lição, o professor, ainda castigava, pondo o estudante, de braços abertos, de joelhos, sobre grão de milho!

Em meados do século XX, em Portugal e Europa, a escola era ainda lugar de suplicio quase inquisitorial.

O professor batia desalmadamente, deixando, por vezes, as mãos e as orelhas ensanguentadas.

Um dos prazeres sádicos de muitos professores, era fecharem as mãos dos jovens e baterem nos nós dos dedos, com régua em esquina!

Trindade Coelho sofreu essa barbaridade na escola primária, e mais tarde num colégio do Porto, foi-lhe aplicado, como castigo, 37 palmadas seguidas!...

No meu tempo de menino, ainda se infringiam castigos severos, com palmatória, em regra nas escolas públicas, apesar de ser expressamente proibido.

Num colégio respeitável, nos anos cinquenta, os alunos da "Primaria" se não conhecessem a lição, na ponta da língua, eram postos de joelhos sobre as carteiras, durante horas...

Felizmente essas barbaridades são agora do passado.

 Se outrora os pais e os professores foram demasiadamente severos, agora são "camaradas", ao ponto dos filhos baterem nos progenitores e maltratarem os mestres.

Não sou favorável à palmada, mas casos há, que boa palmada, resolve melhor que muita pedagogia.

Recentemente vi petiz a pontapear a mãe, na via pública, e esta envergonhada, mandava-o estar quieto, enquanto o menino ia-lhe batendo ferozmente nas canelas...

Os pais receiam castigar os filhos, para não serem condenados pela opinião pública, e até pelas autoridades; e o mesmo receio verifica-se no professorado e nas educadoras de infância.

E pena é que seja assim, porque se está a "educar" uma geração rebelde, malcriada, que se rege apenas pelo prazer.

Será como dizem a geração mais instruída: não digo: mais culta; mas será, certamente, a mais violenta e imoral. Uma geração sem valores e sem Deus.

Paulatinamente estamos a assistir ao declínio da civilização cristã; para isso contribui, decididamente, a mass-media e a classe politica.

Se queremos sociedade mais justa, respeitadora, não basta instruir, é mister: educar, baseado em princípios cristãos. Devemos, como cristãos, respeitar os agnósticos e a religião e costumes dos outros, mas nunca abdicar das nossas tradições e dos ensinamentos de Cristo.

A não ser que se queira acabar com a nossa civilização.

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