Quarta-feira, 31 de janeiro de 2024 - 13h14
Certa
ocasião, Helena Sacadura Cabral, declarou ao: " Diário de Notícias": "
Em Portugal há uma longa tradição de murmúrio. De inveja. De cobiça e de
preguiça também. Os valores raramente são reconhecidos e os mais inteligentes
constituem o repasto ideal para a calúnia."
Se
no início deste século era assim, segundo a escritora, não foi muito diferente
nos séculos passados.
Hoje
todos homenageiam Camões, como o maior poeta da nossa língua portuguesa, que
narrou, nos " Lusíadas", a extraordinária epopeia dos descobrimentos.
Mas,
como o reconheceram no seu tempo? Como o trataram e admiraram-no?
Morreu
pobre. A magra pensão que lhe concederam, era tão insignificante, que mal lhe
dava para sobreviver.
Diogo
Couto, em 1567, encontrou-o em Lisboa, " Tão pobre que comia de
amigos.", que lhe davam a roupa que necessitava.
Conta
Almeidas Garrett, pela boca do Telmo, no: " Frei Luís de Sousa": "Lá
foi Luís de Camões num lençol para Sant'Ana. E ninguém mais falou nele”.
E
mais adiante, à Maria: " Livro sim: aceitaram-no como tributo de um
escravo. (...) Acabada a obra, deixaram-no morrer ao desamparo, sem lhes
importar, com isso.... Quem sabe se folgaram? Podiam pedir-lhes uma esmola, escusavam
de se incomodar a dizer que não."
E
D. Francisco Manuel de Melo, no " Hospital das Letras", escreveu:
-
" De nós todos se poderá queixar, porque sendo honra e gloria de
Espanha, tão mal tornamos por ele, que, se não poucos o leem, são menos os que o
entendem."
Certa
ocasião ao folhear o meu diário, deparei com a triste noticia que o notável
intelectual, Lopes de Oliveira, após ter oferecido a valiosa biblioteca à
cidade de Fafe (mais de cinco mil volumes) foi convidado a residir nessa
localidade.
Vive
ou vivia, sozinho, cozinhando e dormindo em velha casa, infetada de ratos,
receando que os roedores lhe devorem os livros. - "O Comércio do
Porto", 14/12/90.
Apetece-me
dizer como António Nobre: " Que desgraça nascer em Portugal" – "SÓ".
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