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Crônica

Que país é esse? a pergunta que não envelhece


Que país é esse? a pergunta que não envelhece - Gente de Opinião

Confesso que é desestimulante você escrever sobre política num país sem memória, com um povo tolerante, que aceita atos de corrupção vergonhosos, sem nenhum espanto, com os poderes republicanos sem o mínimo de pudor, agindo em prol dos seus próprios interesses, com um STF sem a mínima isenção. O poder emana do povo e em seu nome será exercido, determina a democracia/Piaimã. O que esperar do povo/Macunaíma: põe, mas não depõe?

Até hoje eu sinto vergonha do episódio dos R$ 51 milhões em dinheiro vivo, pertencente ao pilantra baiano, Geddel Vieira Lima, mostrados ao vivo e a cores para o Brasil e o mundo, pela Rede Globo. Dinheiro sem origem conhecida, guardados num apartamento da família. A Bahia esqueceu as imagens absurdas e a justiça mandou o processo para um dos inúmeros buracos negros da política brasileira.

Pois bem, Geddel, um dos caciques do MDB baiano, fechou com o candidato do PT, esquecendo Simone Tebet, candidata de seu partido, assim ele se aproxima de novo do Lula/corrupção, pois sabe que na Bahia Simone não tem vez. Pura política de interesses. No Sudeste, Aécio Neves do PSDB, caminha a passos largos para apoiar Bolsonaro. Salve-se quem puder.

O Nordeste, apesar de todo avanço no mundo da informática, ainda sofre o efeito do voto de cabresto, do tempo dos coronéis. O senador Renan Calheiros, herdeiro político dos demagogos alagoanos, mestre nas mutretas para se chegar ao poder, também ignorou a candidata de seu MDB e fechou com Lula, apostando na vitória do PT e no retorno à manipulação de milhões de reais, com a complacência das Côrtes do judiciário. No Nordeste, durante as campanhas políticas, a miopia e o Alzheimer tomam conta da maioria.

 As pesquisas voltaram ao noticiário, apresentadas como reais tendências do eleitorado, mas nunca deixaram de sofrer do conhecido Mal do Meteorologista: quando acertam ninguém se lembra, quando erram ninguém se esquece. Por outro lado, pesquisas não mostram mudanças de última hora, como aquela que levou Erundina (4º lugar) a ganhar de Maluf 1º lugar), em São Paulo, ou a que colocava Bolsonaro nas últimas posições e ele acabou ganhando a eleição, em 2018.

Os especialistas em mídias ou redes sociais estão apostando no sucesso do Pablo Marçal, lançado pelo Pros, como pré-candidato ao cargo de Presidente da República. Num país carente de alternâncias no poder, tudo é possível. Tomara que não seja um novo Color.

Ademais, muitos eleitores não votarão em Lula, nem em Bolsonaro. A 3ª Via continua aberta. Se Pablo Vittar, o pupilo multigênero da Rede Globo, entrar na campanha, pelo xará, não se surpreendam com os resultados. Que país é esse? É uma pergunta que não envelhece, apesar das comemorações pelos 200 anos da independência.  

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