Sexta-feira, 29 de maio de 2020 - 15h45
Não há como não se tratar da
questão do isolamento social. Ainda mais quando a taxa de desemprego no país se
eleva de 11,2% para 12,6% no trimestre entre fevereiro e abril deste ano, na
comparação com o trimestre anterior (novembro de 2019 a janeiro de 2020),
atingindo, portanto, a 12,8 milhões de pessoas, segundo a Pnad (Pesquisa
Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua, do IBGE. Isto sem considerar que
mais 3,7 milhões de trabalhadores informais perderam suas ocupações na
comparação aos três meses anteriores. Bem, os trabalhadores informais foram
alvo do auxílio emergencial de R$ 600,00 do governo federal, mas, isto resolve
seus problemas econômicos? É obvio que não. Apenas torna suas vidas mais
complicadas na medida em que, num ambiente desfavorável, terão que buscar
compensar as perdas que vão acumulando. E a continuidade do isolamento somente
pode trazer consequências cada vez mais negativas. O traço mais negativo do
isolamento é o de que ninguém sabe em que se baseia. Fora a China ter adotado
inicialmente em que se baseia sua necessidade? Dizem que é por causa da
“ciência”, mas, não há nenhum estudo científico que comprove sua eficácia. E,
se formos examinar os resultados no Brasil, veremos que os estados que tomaram
medidas mais drásticas de isolamento (São Paulo, Rio de Janeiro, Ceará e
Amazonas) são, justamente, onde o vírus mais evoluiu. O mais impressionante é
que ninguém desconhece ser uma doença que atinge muito pouco as crianças e,
para a grande maioria dos jovens,
adultos e idosos, os sintomas serão leves, como de uma gripe. Este grupo,
como se sabe também, desenvolve imunidade natural ao ser infectado. Assim, o
lógico, o razoável é que se cuide, que se isole a parcela da população do grupo
de risco, os idosos e adultos que apresentam doenças crônicas, fatores que
agravam o coronavírus. Com esses sim, o cuidado deve ser redobrado. Mas, não é
o que se faz. Irracionalmente se pretende que todos permaneçam em casa. Muitos
países isolaram sua população e depois voltaram atrás. São exemplos, o Uruguai,
o mais bem sucedido na América do Sul, Japão e Coréia do Norte. A Holanda
deixou de lado este ideia por considerar que as consequências econômicas seriam
piores que a própria doença. Por isto rejeitaram o princípio do confinamento.
Não se está minimizando a gravidade da situação e sim pedindo paras se pensar
em alternativas que não provoquem efeitos ainda mais graves. Retomar as
atividades econômicas não exclui pensar na saúde das pessoas. Pelo contrário,
deve-se discutir, justamente, para salvar vidas, para permitir que, por não ter
como se alimentar bem, viver bem e sobreviver haja um substancial aumento da
incidência de outras doenças. Não é natural, nem possível, se viver isolado
ainda mais quando, a cada dia, como é o caso dos informais e autônomos, se
precisa ganhar o pão. Quem pode deve ficar em casa? Sim. Quem pertence ao grupo
de risco deve ficar em casa? Sim. Todavia, não se pode dizer a quem precisa de
seu trabalho diário, de garantir sua sobrevivência: -fique em casa! Até porque
isto significa estimular a desobediência civil. Fique em casa para morrer de
fome? Feche sua loja para esperar a receita cair do céu? Isolamento é para quem
pode.
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