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Esgotamento no trabalho: é preciso mitigar para crescer


Lisia Prado - Gente de Opinião
Lisia Prado

Segundo uma pesquisa conduzida pela Associação Brasileira de Treinamento e Desenvolvimento (ABTD), houve um aumento de 34% no investimento médio em treinamentos em 2022, resultando em uma média de gastos anuais de R1.012,00 por colaborador. 

 

Mas será que a evolução (principalmente) das hard skills dos colaboradores é realmente a única saída para melhorar a performance no trabalho? A resposta não é tão simples quanto parece. 

 

A transformação digital sem dúvidas trouxe benefícios tanto na vida pessoal como no trabalho. Muitas das regras que orientavam o progresso dos negócios na era pré-digital não se aplicam mais, o que justifica uma atualização da força de trabalho. Empresas que investem no "desenvolvimento do material humano" saem na frente. 

 

Mas a que preço?

 

Uma reflexão que tenho feito é que não apenas treinamentos, pesquisas de clima e até oferecer aumento na remuneração e nos benefícios que se traduzem no crescimento da produtividade. O mais importante é olhar de uma maneira mais profunda para dentro de cada colaborador, prestando atenção nas suas emoções. 

 

De acordo com a Associação Nacional de Medicina do Trabalho (Anamt), cerca de 30% dos trabalhadores brasileiros sofrem com esgotamento físico e psicológico, o que corresponde a mais de 26 milhões de indivíduos. 

 

O conceito de esgotamento está relacionado ao cansaço, que pode ser dividido em três níveis: alerta, reestruturação e, por último, esgotamento. Essa última fase ocorre quando a pessoa começa a ter pensamentos negativos, falta de sono, ansiedade e irritabilidade, além de experimentar sintomas físicos como dores nos ombros, enxaqueca, alergias e gastrite.

 

Em tempos de WhatsApp e home office, a realidade profissional transcende (cada vez mais) a pessoal, sendo difícil discernir entre um ambiente e outro. O nosso estilo atual de vida está deteriorado, levando junto a saúde mental. 

 

É necessário, então, cuidar não apenas dos benefícios tangíveis como um bom Vale Alimentação e Refeição, mas também oferecer acolhimento e um espaço seguro para que o colaborador tenha uma válvula de escape para os seus sentimentos. 

 

Algumas empresas já mantêm CAPs (Centros de Atenção Psicossocial) ou projetos como a Psicologia Viva. Acredito que o caminho é também criar programas internos que visem o bem-estar psicológico. 

 

E o tratamento não se restringe apenas à terapia. A partir de técnicas de manejo do esgotamento que utilizam conceitos neurocientíficos é possível conduzir treinamentos com foco na exaustão. Da mesma maneira que uma pessoa é capacitada para usar o Excel, ela também pode aprender a ter equilíbrio mental.   

  

Insights neurocientíficos sobre como o cérebro humano lida com mudanças rápidas ajudam a transformação não apenas tecnológica e econômica, mas também do ponto de vista dos funcionários. 
 

Inclusive, novas técnicas neurocientíficas podem ajudar a moldar uma cultura corporativa baseada na agilidade emocional e de conversação, além de nutrir equipes de alto desempenho que adotam mudanças contínuas.

 

Pense em um copo que já está quase cheio: a lei mais básica da física impede que  dois corpos ocupem o mesmo lugar no espaço. É preciso primeiro aliviar a tensão e minimizar preocupações para somente depois ter espaço para novas emoções e – no caso do ambiente corporativo – conhecimentos inovadores que levarão a uma melhor performance e crescimento da empresa.

 

As organizações que aplicam a neurociência, a psicologia da dinâmica humana e a empatia podem criar um paradigma que promove a resiliência e a adaptabilidade. Essas abordagens podem desativar os gatilhos e aumentar a eficácia organizacional.
 

*Por Lisia Prado, sócia da House of Feelings, primeira escola de sentimentos do mundo. Mais informações em: site

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