Quarta-feira, 10 de junho de 2020 - 19h51
Desde março uma palavra em
voga é isolamento. Independente de nossa vontade, coercitivamente, estamos
ficando fechados em casa por tempo indeterminado “em isolamento”. De onde vem a
palavra “isolamento”? A palavra parece ter vindo do francês, mais precisamente
do verbo «isoler», que teve origem no adjetivo «isolé», que teria vindo do
italiano «isolato», o particípio passado de «isolare». Se bem que viajando por
várias línguas o significado não deu
grandes saltos. «Isolare», «isoler», «isolar»…provém da palavra «isola», ou seja, «ilha»,
originalmente do latim «insula». É nesta palavra que, hoje, nos parece
antipática se esconde um pedaço de terra rodeado de mar...Isolar, portanto, é
tornar ilha! Mas, aqui, vale nos socorrermos de um poeta antigo John Donne, que
em Meditações VII, nos escreve: “Nenhum homem é uma ilha, isolado em si mesmo;
cada ser humano é uma parte do continente, uma parte de um todo. Se um torrão
de terra for levado pelas águas até o mar, a Europa ficará diminuída, como se
fosse um promontório, como se fosse o solar de teus amigos ou o teu próprio; a
morte de qualquer homem me diminui, porque sou parte do gênero humano. E por
isso não pergunte por quem os sinos dobram; eles dobram por ti”. A verdade
verdadeira é que se tornar uma ilha, o isolamento é contra a natureza. Somos
animais políticos, por definição seres gregários, que precisam uns dos outros
para viver e a vida fazer sentido. Dependemos uns dos outros para seguir adiante, não apenas
por causa da necessidade de contato visual, do afeto, do convívio, mas, também
porque a nossa economia é uma economia em que dependemos uns dos outros para
criar bens e serviços, para sobrevivermos. Então só posso dizer não! Só posso
dizer: basta! Onde, por amor de Deus, em que mundo estamos que uma pessoa
precisa pedir permissão para exercer seus direitos naturais de ir e vir, de fazer
seu trabalho, de ter seu negócio? Como se explica que alguns “iluminados”, que
ignoram nossos direitos mais sagrados, se sentem com poder suficiente para
proibir por decreto que possamos sair as ruas, visitar um parente, fazer uma
caminhada, cumprimentar um amigo, beber um café ou tomar uma cerveja no boteco
da esquina, não ter direito de entrar numa loja para comprar um game, uma
bicicleta, um carro ou consertar o seu celular? Porque temos que ser as vítimas
do medo de alguns que, ainda por cima, nos acusam de colocá-los em risco,
quando são eles, que encharcados de notícias trágicas nos impõem este
isolamento antinatural, inclusive utilizando a polícia contra o cidadão? Como é
possível que uma minoria organizada possa tirar os direitos, a condição de vida
e de sobrevivência das pessoas em nome de uma histeria, pois, só é este o
resultado do medo irracional que tomou conta dessas pessoas. Só isto pode
explicar as decisões autoritárias de nos isolar, quando não há certeza nenhuma
de que esta seja uma decisão correta. Não há certeza de nada em relação ao
vírus, mas, há uma certeza absoluta de que o isolamento vai criar pobreza,
falir empresas, causar desemprego e trazer o caos. Basta de medo! Basta de
isolamento! Precisamos voltar a viver.
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