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Mulheres do RH: o poder feminino à frente do setor que move pequenas, médias e grandes empresas


Juliana Bittencourt - Gente de Opinião
Juliana Bittencourt

A forte presença feminina no mundo corporativo segue como tema bastante evidenciado. Afinal, não tem como negar que a atuação das mulheres em negócios de qualquer natureza enfrenta barreiras há séculos, já que, embora a sociedade tenha evoluído em comparação a décadas atrás, ainda há muito o que fazer para aceitar seu potencial e sua participação em diversos setores, sendo elas verdadeiros combustíveis para companhias e sociedade em geral. 

Não é à toa que a área de recursos humanos fortalece, já há alguns anos, a voz, a vez e o crescimento das mulheres nas empresas de pequeno, médio e grande porte, com alto desempenho de colaboradoras que incluem uma bagagem e tanto. A 3ª e maior edição do Report HR Innovation, realizado pela HR Tech Ahgora, que chegou à sua terceira edição este ano, evidencia, por exemplo, o perfil dos respondentes – formado majoritariamente por mulheres (72,6%), entre 40 anos e 59 anos (44.6%) e muito experientes, somando mais de dez anos de atuação no setor (33%). Para se ter uma ideia, o levantamento foi realizado com profissionais de RH de todo o Brasil, em mais de 400 empresas, 21,7% delas com mais de mil colaboradores. 

Trata-se de um perfil profissional que, além de conhecer muito bem as dores e os desafios da rotina de gestão de pessoas, entende ainda melhor quais são as necessidades e os recursos tecnológicos necessários para suprir as demandas. 

Outra pesquisa, realizada pelo Mercadômetro, reitera que, no Brasil, elas realmente são a maioria na área, representando mais de 75% dos profissionais. Além disso, estão ocupando mais cargos de liderança no ramo. Um levantamento feito pelo Bureau of Labor State relatou que 73% dos gerentes de RH são mulheres, cargos que antes eram ocupados em sua maioria por homens. 

Mas como nem tudo são flores, apesar do domínio feminino no setor de RH, e de colaboradoras com anos de experiência na área, a desigualdade salarial ainda é realidade. De acordo com o IBGE, as mulheres recebem o equivalente a cerca de 74,5% dos rendimentos dos homens.  

Perfil de comportamento feminino é o grande diferencial  

“Homens são de Marte, mulheres são de Vênus”. A diferença de comportamento entre os gêneros já foi até mesmo tema e capa de livro famoso. Afinal, é indiscutível que há características peculiares em cena. Enquanto os homens, em sua maioria, têm um olhar mais lógico e objetivo, as mulheres geralmente lidam melhor com questões voltadas às relações humanas e ao comportamento das pessoas.  

É justamente devido a esses e tantos outros aspectos que elas vêm se sobressaindo na área de RH, uma vez que esbanjam competências ímpares, como maior empatia, flexibilidade e determinação frente a um setor cada vez mais movido para essas questões. Ainda, de quebra, são multitasking, resilientes e boas ouvintes. Quem discorda? 

Em um passado não muito distante, os recursos humanos das empresas eram voltados para assuntos mais burocráticos e para a administração de pessoal, mais especificamente. Com o passar dos anos e, claro, considerando a transformação digital, que acelerou a necessidade de soluções para automatizar tarefas, o cenário agora é outro, com foco e tempo direcionados às relações humanas, às pessoas, a quem dá vida à organização.

Como se vê, muitos são os desafios das mulheres no mercado de trabalho, assim como muitos são os diferenciais que só elas podem agregar ao mundo dos negócios. Força para lidar e combater as disparidades de gênero, a misoginia, o racismo e tantas outras formas de preconceito, também já provaram que têm de sobra. O setor de recursos humanos, no momento, é apenas a ponta do iceberg que já compreende e aceita esse movimento. As próximas áreas estão logo ali, afinal, quem se atreverá a negar o óbvio? 

Por Juliana Bittencourt é Gerente de RH na Ahgora - https://www.ahgora.com/

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