Quarta-feira, 15 de abril de 2020 - 12h36
A verdade é que estamos
cercados de incertezas. Quem nos garante, por exemplo, que ficar em casa, de
fato, é melhor? Uma parte dos infectologistas. Mas, há quem discorde. Há, por
exemplo, o cálculo de um deles de que, no Brasil, como a população atual é de
211 milhões de pessoas, como, em média, segundo a Organização Mundial de
Saúde-OMS, 4% das pessoas desenvolvem o covid-19 de forma grave, com os 40,6
mil leitos que possuímos, como são 14 dias de internação, em média, isto
resulta em 2.910 dias de leito, ou seja, seriam preciso 8 anos de isolamento
para manter a curva achatada! Existe até pesquisadores de Harvard (https://mixmisturado.com/o-isolamento-pode-piorar-a-situacao-dizem
pesquisadores-de-harvard/) que dizem que o isolamento somente pode piorar a
situação. E no Brasil a taxa de infectividade é cem vezes menor do que em
países do Hemisfério Norte. O que sugere que, como o vírus se dá melhor numa
temperatura entre -5 e -11 graus, que ele não se dá bem nos climas mais
quentes. E, para muitos, a gripe comum mata 30 vezes mais do que o covid-19.
Isto gera uma grande discussão entre os especialistas. Mas, uma coisa é certa:
com um mês de fechamento do comércio a economia está indo para uma situação sem
volta: só entre hotéis, com o isolamento, 10% das empresas vão fechar e entre
os restaurantes e similares, 30%! São cerca de 500 mil empregos perdidos só
neste setor, o que representa 80% de todos os empregos gerados em todo o ano
passado! Claro que todos perdemos com o que acontece na nossa economia. Será
mais pobreza, menos empresas, menos empregos, menos produção, mais dificuldade
do governo controlar suas contas. Mas, não devemos perder a capacidade de
raciocinar e nos deixar levar pelo medo irracional. E é isto o que acontece
quando a mídia nos massacra com imagens de caminhões de caixões na Europa, de
médicos de Nova York vestidos com sacos de lixo, as imagens de despedidas entre
doentes terminais e suas famílias nos hospitais, com números impressionantes de
pessoal do setor médico infectados ou afastados. Rondônia, no entanto, tem uma
população mais espalhada; uma densidade populacional menor. Os estados
brasileiros não são todos iguais. O impacto é diferenciado dependendo do clima,
da geografia, da população, até da quantidade de estrangeiros ou chineses, que
se encontram no local. Devemos pensar nossa realidade de acordo com nossas
condições. E nos assusta, ver, por exemplo, comportamentos autoritários
fortalecidos, com base na coleta de dados para vigilância de pandemia, estados
de exceção e sanções para quem violar o princípio do distanciamento? Em que
país estamos quando se tolhe o direito de ir e vir, quando se invade nossa
privacidade? Não tenho como não pensar, à medida que esta emergência passa, que
mundo teremos quando este pesadelo terminar. Enquanto outros países enfrentam
com muito mais dificuldade o Covid-19, o Brasil, Rondônia, deve se preparar
também para enfrentar outros tipos de mortes. Em Porto Velho os assassinatos,
num fim de semana, superaram, mais do que o triplo, as mortes do vírus em um
mês! E a gripe, que mata muito mais? Vamos
ouvir cientistas da saúde pública
sobre questões de saúde pública, porém, também os especialistas em outras áreas sobre questões
de suas áreas. E os economistas, os melhores, estão dizendo que a economia vai
matar mais do que o vírus. Ou vamos salvar poucos dos vírus e deixar morrer
muito mais de outras causas?
Quem nunca viveu algum tipo de desconforto na mesa de um restaurante? Sabemos que existem profissionais que operam na linha de frente do atendimento
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