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O Gnu brasileiro e o crocodilo barbudo


Rubens Nascimento - Gente de Opinião
Rubens Nascimento

O deserto do Serengeti, no norte da Tanzânia e sudoeste do Quênia, na África, registra um dos maiores fenômenos da terra. A Grande migração do Gnu. Um tipo de animal meio boi, meio cavalo, com cara de bode. Uma coisa estranha! Esse bicho, todos os anos, com a escassez da pastagem, é obrigado a fazer uma longa marcha em busca de nova fonte de alimento. São milhares se locomovendo cuja a caminhada chega a estrondar o chão, seguindo os sinais da chuva.

Ao longo do caminho, predadores que já sabem desse fenômeno, esperam pacientemente esse momento para ir fazendo suas vítimas.  Doentes, filhotes e os desgarrados são os primeiros a sucumbir ao grande êxodo. O líder que, no sentido dos outros parece mais experiente, conduz o grande rebanho até chegar num dos seus maiores obstáculos, o rio Mara. Um estreito lamacento, água suja e pedregoso de difícil transposição.  Todos param. Dias se passam e a fome chega. Algo precisa ser feito e começam a exigir que o líder tome uma decisão. Porém, escondido debaixo da água barrenta está um dos maiores predadores da terra, o crocodilo. Tranquilo, uma vez que mesmo sem comida, conseguiu esperar a hora certa desse instante.

A grande manada em polvorosa, sem saída, se atira no rio. Os outros, sem qualquer tipo de análise crítica da situação, também se jogam, acabam caindo numa verdadeira carnificina. Os crocodilos fazem um estrago naqueles que podem abocanhar, enquanto que alguns outros, em meio ao desespero, conseguem atravessar aquele inferno.

Nós, homens, a imagem e semelhança do Criador, munido de inteligência racional, somos levados para um mesmo abismo a exemplo do rio Mara e, mesmo nos jogando voluntariamente, nas mandíbulas do crocodilo, acreditamos que ainda poderíamos escapar. Que tolice! Essa analogia toda foi só para ilustrar como nós, brasileiros, travestidos de gnus, somos manipulados por forças políticas estruturadas que conduzem essa massa de nutelas, formados nas universidades e nas escolas manipuladoras, para acreditar numa força política que o levaria a igualdade social. Mero devaneio.

Em sua filosofia, Friedrich Nietzsche, criticou veementemente o que chamou de "pensamento de rebanhos" ou "moral de rebanhos" (Herdenmoral em alemão). Para ele, esse tipo de comportamento, representa uma conformidade acrítica às normas e valores estabelecidos pela sociedade, muitas vezes resultando em uma falta de individualidade e deficiência.

A moralidade dos rebanhos, para Nietzsche, também está relacionada à imposição de valores uniformes pela sociedade, o que ele considerava prejudicial ao florescimento individual. Na política contemporânea, isso pode se traduzir em sistemas políticos que impõem uma única visão moral sobre questões como direitos civis, liberdade individual e justiça social, sem levar em conta a diversidade de perspectivas.

Onde estamos? se não no Brasil, comandado pela esquerda marxista, retrograda que vem impondo mudanças sociais, como se aqui fosse um imperialismo putinista russo,  que, a exemplo do que ocorreu outrora, fez o povo negar suas crenças, mudar a língua e seus comportamentos acreditando que estaria no caminho certo sem ,contudo, contrapor com qualquer outro argumento. Todos os dias, a mídia, o judiciário e os grupos de militantes organizados, se incubem de fortalecer o Estado onde eles estão no topo do poder. O povo, há! coitado do povo. Esse, como bucha de canhão, é atirado aos crocodilos. Não existe mais família, respeito e tolerância.

O filósofo alemão defendeu a ideia de que os indivíduos deveriam desafiar a autoridade e criar seus próprios valores. Na política contemporânea, isso poderia ser interpretado como um apelo para que as pessoas questionem as estruturas de poder condicionais, exijam transparência e participem na formação de políticas, em vez de, simplesmente, seguirem a liderança sem questionar.

Promover a individualidade na política contemporânea pode significar consideração a diversidade de perspectivas políticas, evitando a conformidade com ideologias pré-existentes. Isso pode levar a uma política mais dinâmica e adaptável, capaz de lidar com a complexidade dos desafios modernos. Mas para onde apelar? Como ultrapassar o rio Mara?

As forças encarregadas de contrapor as mandíbulas governamentais foram, por elas compradas ou subjugadas por seus próprios erros que se mantem escondidos, como um ás, na manga do grande crocodilo.

Esperança e Coragem. Foram duas palavras que melhoram o dulçor do acerbo político que vivemos no Brasil, com a eleição de  Javier Milei, na Argentina. Um buraco na muralha esquerdista que tentava cercar a América Latina e vinha aguçando a fome dos predadores chineses, russos, cubanos, venezuelanos e de africanos.  Não os da savana, mas os do poder.

Não será fácil! Os hermanos terão que reconstruir o seu País. Vão precisar de muita perseverança e apoio internacional, sem radicalismo do discurso eleitoreiro, mas com o pé no chão e força para enfrentar, os obstáculos.

Devemos observar, acompanhar e registrar toda essa movimentação argentina para, como um espelho, podermos fazer os nossos acertos, já que estamos ainda nas fraudas da democracia  libertária. O programa de poder da esquerda no Brasil mantido com pão com mortadela para intelectuais, convencendo esses de que picanha, camarão, bacalhau e vinho branco não pode ser consumido porque representa a classe dominante, levou 40 anos de lavagem cerebral, enquanto nós ficávamos dizendo que isso nunca aconteceria por estas paragens.

Uma inércia, na qual eu me coloco e que, por muito tempo, apenas olhava os caras de barba, com um livro de Marx debaixo do braço e uma camiseta de Guevara falando que iriam dominar o que eles chamavam de elite. Paulada na cabeça levei e o “ galo” ainda está protuberante. Como dizia dona Aurea, minha vó: “Isso é pra você aprender, seu moleque”.

Precisamos nos organizar, deixar de ser Gnu e saber contornar os obstáculos, procurando novas pastagens, mais verdes, bem longe das águas sujas da política partidária, da corrupção, do “jeitinho” brasileiro. Precisamos, erguer nossos olhos para o alto, fazer voos como uma Harpia e destroçar essa praga que corrói nosso intelecto e aniquila o nosso pensar, para que possamos ser mais críticos e mais atuantes.

Não se esqueçam!   O Crocodilo Barbudo que administra o nosso rio Mara, na planície central de Brasília, ainda está escondido sob as águas à espreita das desavisadas manadas.

*Rubens Nascimento, é Jornalista, Bel em Direito e ativista do desenvolvimento

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