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O Norte sem norte no planejamento governamental


Vanderlei Oriani - Gente de Opinião
Vanderlei Oriani

Na sexta-feira (11), com toda pompa e circunstância possível, o governo federal lançou a terceira edição do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Foi anunciado que serão investidos R$ 1,7 trilhão, sendo R$ 1,4 trilhão até 2026 e R$ 320,5 bilhões após 2026. O objetivo, segundo o governo, é incentivar a transição ecológica e a neoindustrialização para o crescimento do Brasil, com geração de empregos. Com os problemas que a economia brasileira enfrenta, de alto endividamento, altas taxas de juros e de vendas abaixo do ano passado, um programa que acena com novos investimentos deveria ser recebido com festas, mas, em relação ao Norte e à Amazônia não é o que acontece. E não pode se dizer que não há razões para as críticas que estão sendo feitas ao novo programa, apesar de contemplar algumas obras que não podem deixar de ser consideradas importantes. Em primeiro lugar é preciso lembrar que a Amazônia brasileira responde por 4.196.943 milhões de Km2, o que representa, praticamente, 49,2% do território brasileiro. O Norte, com 7 estados (Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins) possui uma área total de 3.870.000 km², com uma população estimada em 17, 3 milhões de pessoas, o que representa 8,5% da população brasileira, porém seu território representa 45,5% do território nacional, ou seja, engloba quase toda a Amazônia. E não se precisa lembrar os problemas desta extensão na medida em que, agora mesmo, tanto Rondônia quanto o Acre sofrem com a redução do número de voos, com os preços elevados das passagens aéreas e, para se ter uma ideia do tamanho do problema, para se conseguir ir de Porto Velho para Cuiabá, hoje, é preciso fazer, no mínimo, duas conexões e viajar, com esperas nos aeroportos, por cerca de 22 horas!!!Por estas razões, e porque toda a região sofre por falta de infraestrutura e de restrições pela patrulha ambiental ideológica que se faz, seria de esperar que houvesse uma maior atenção aos seus problemas. Mas, quando se examina os investimentos destinados ao Norte se vê que foram destinados ao Pará: R$ 75,2 bilhões; para Tocantins: R$ 57,9 bilhões; para o Amazonas: R$ 47,2 bilhões; para Rondônia: R$ 29,6 bilhões; para o Amapá: R$ 28,6 bilhões; para Roraima: R$ 28,6 bilhões e para o Acre: R$ 26,6 bilhões, ou seja, um total de R4 293,7 bilhões. Portanto, o total dos recursos previstos para os 7 estados corresponde a 17,2% dos recursos previstos e é 85,7% dos R$ 342,6 milhões destinados somente ao Rio de Janeiro!! Porém, a falta de importância dada ao Norte e a Amazônia é muito maior quando se vê que o governador do Amazonas, Wilson Lima, e outras lideranças reclamam que a principal prioridade delas, a BR-319-Manaus/Porto Velho, uma recuperação de uma estrada que tira do isolamento Manaus e mais de 100 mil pessoas em seu entorno, não está incluída no novo PAC. É um enorme desprestígio, principalmente para as lideranças e parlamentares do Amazonas e de Rondônia. E mostra que não há a menor atenção aos interesses da Amazônia, de uma forma geral. 

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