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O preço injusto da tarifa de energia elétrica


O preço injusto da tarifa de energia elétrica  - Gente de Opinião

É muito difícil, para o cidadão comum, entender o comportamento das  tarifas de energia elétrica. Se formos examinar a variação média das tarifas residenciais que foram reajustadas entre janeiro e agosto de 2019,  vamos ter um  valor abaixo da inflação, mas, esta média é muito  confusa para os consumidores espalhados pelas distribuidoras do país, porque os reajustes individuais foram muito diferentes, variando entre um aumento de +11,7% e uma redução de -9,2%, dependendo de onde aconteceu. Para aumentar ainda mais esta dificuldade a evolução da tarifa de energia média residencial,  com os reajustes acumulados ao longo dos últimos anos,  segundo os dados oficiais,  subiu 72% entre 2010 e 2019, próximo da inflação medida pelo IPCA, que foi de 68%. Ocorre, como ressaltou a distribuidora local, que se dependesse dela os reajustes seriam muito inferiores à inflação, pois entre 2010 e 2019 o serviço de distribuição subiu apenas 32%, menos da metade da inflação no período. Mas, se os custos reais das concessionárias de distribuição de energia caíram, o que explica o aumento  o da tarifa em valores reais (valores nominais descontados da inflação)? Como sempre são os tributos e encargos que representam a maior parcela da tarifa: 48%, segundo estudo PwC e do Instituto Acende Brasil, sendo que os encargos na tarifa média residencial subiram 44% no período. Outro componente é o custo da transmissão, que subiu 40% nos 10 últimos anos em função da ampliação da rede de transmissão para interligar sistemas isolados, viabilizar usinas longe dos centros de carga, e elevar a capacidade de intercâmbio entre regiões. Também foram criadas as bandeiras tarifárias  com a intenção de sinalizar ao consumidor a variação no custo da energia elétrica a cada mês, sobre  o período de tempo em que os níveis hidrográficos de nosso País estão baixos, o que por consequência, torna necessária a ativação das usinas termoelétricas.  Ocorre que o processo de geração da energia térmica é mais caro do que o da energia hídrica e, portanto, o custo normal cobrado do consumidor não cobriria o gasto exigido na operação. Isto, para o consumidor de Rondônia, que tem uma energia com os custos mais altos do País, é incompreensível tendo em vista que somos o 3º pólo de geração de energia elétrica brasileira. Por que pagarmos uma tarifa mais cara se já tivemos os impactos da construção das hidroelétricas? Neste sentido parece indispensável que nossas lideranças políticas, nossa bancada federal em especial, aja com mais firmeza, se posicione fortemente para alterar o alto custo de energia em nosso Estado. Não há razão para pagarmos um custo tão alto de energia, o que inibe o nosso desenvolvimento e pesa no orçamento familiar das pessoas. É preciso que nossos parlamentares se mobilizem para dar uma resposta à queixa contínua e justa de nossa população. 

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