Quinta-feira, 29 de setembro de 2022 - 12h23
É
muito fácil, para quem não segura o leme do barco, dizer que o capitão errou
durante a tempestade, mas tentar ignorar que ela foi pesada, que produziu
fortes avarias e que só a perícia do timoneiro conseguiu fazer com que se
atravessasse a tormenta é, no mínimo, uma falta de bom senso ou, se quisermos
ser realistas, má fé. A grande realidade é que não se pode comparar o governo
de Jair Bolsonaro ou de Marcos Rocha sem considerar que enfrentaram tempos
particularmente difíceis. Basta atentar para o ano de 2020, que produziu grandes danos nas economias e na
capacidade de governar tanto que o Banco
Mundial caracterizou a época como
de uma recessão econômica mais profunda
do que a crise financeira mundial de 2008-2009 e a crise da dívida da América
Latina nos anos 1980. Não se pode deixar de frisar que tivemos, praticamente,
dois anos onde além da queda das atividades econômicas, da movimentação nas
grandes cidades, dos problemas de emprego e renda ainda por cima tivemos
efeitos diretos sobre o meio ambiente, como a diminuição da emissão de
poluentes na atmosfera e um aumento forte na quantidade gerada de resíduos
sólidos domiciliares (15-25%) e na geração de resíduos hospitalares em unidades
de atendimento à saúde (10 a 20 vezes).
É
preciso ainda dizer que, com reformas, e flexibilização da política monetária a
economia mostrava sinais de recuperação econômica depois de mais de 7% de queda
da atividade econômica nos dois anos finais do governo Dilma Roussef, que
ocasionou a maior recessão em cem anos de história econômica do país. Assim,
quando se iniciava um período de crescimento, a trajetória foi interrompida a
partir da chegada do vírus no país. Neste sentido, os efeitos econômicos do
coronavírus foram brutais na medida em que, como aconteceu no mundo inteiro, as
medidas restritivas, o “fique em casa”, com o falacioso lema de que a economia
se vê depois, ocasionou não somente as perdas de 2020, quando a economia
brasileira encolheu 3,9% devido à pandemia, como também a cessação de um ciclo
virtuoso que se iniciava de crescimento. A grande realidade é que se tratou de
uma experiência na qual não se sabia qual rumo tomar e, neste sentido, tanto o
governo federal quanto o de Rondônia tomaram as medidas que julgaram corretas
para manter a saúde e a atividade econômica em funcionamento. É fácil ser juiz
e dizer o que se poderia fazer diferente depois que a tempestade amainou.
Difícil foi enfrentar a tempestade. E o acerto na condução foi comprovado pela
superação da pandemia e a recuperação da economia brasileira que cresceu, em
2021, 4,6%, o maior crescimento em dez anos, e, em 2022, mesmo com a Guerra da
Ucrânia e seus efeitos sobre os combustíveis, o Brasil deve crescer por volta
de 3% este ano. Em Rondônia não foi diferente, superamos a pandemia com uma
queda de apenas -1,3% em 2020, bem abaixo da média brasileira, e em 2021
crescemos 4%. A previsão, em 2022, é de que crescermos 3%, mas é possível que o
PIB seja maior. Perdemos empresas, perdemos empregos, tivemos problemas com a
educação? Sim. Mas, como se poderia ser diferente? As críticas que fazem ignoram
que, depois da obra feita, é muito simples dizer que se pode fazer melhor. Mas,
superar uma pandemia e retomar o desenvolvimento de um país e de um estado,
como se pode observar no resto do mundo, não é nada simples. Em época eleitoral
qualquer candidato vira mágico. Mas, na vida real não existe mágica. É preciso,
como se fez, ouvir a população, buscar soluções de forma democrática e ter
responsabilidade social e fiscal. Discurso não faz o navio chegar ao porto.
“Não há governo se a lei não é obedecida, mas não há liberdade se essa obediência combate sempre a nossa vontade e, ainda menos, se revolta a razão.
Em recente pronunciamento, na véspera da reunião do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) em 10/12/2024, onde se decidiria pela conclusão,
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