Sexta-feira, 26 de janeiro de 2024 - 11h29
Os dedos deslizam pela
superfície da tela, navegando por feeds intermináveis de notificações, fotos
e mensagens. O zumbido suave das notificações cria uma melodia eletrônica que
substitui o som de conversas reais e risos espontâneos. Entre eles, um jovem
levanta a vista brevemente do celular, olhando de volta para seus amigos. No
entanto, o contato visual é efêmero, pois logo sua visão é atraída de volta para a tela luminosa, onde
avatares virtuais aguardam sua atenção.
Um silêncio eletrônico envolve
o grupo, que está sentado junto, mas vive em mundos separados e fictícios. Os
bancos, que deveriam ser palco de conversas e risos reais, tornam-se
testemunhas silenciosas da desconexão entre eles, que estão fisicamente
presentes, mas emocionalmente mergulhados em seus próprios mundos digitais.
Enquanto isso, o sol continua
a brilhar lá fora, as árvores balançam ao sabor da brisa e o mundo real aguarda
a atenção daqueles que, por enquanto, estão presos em uma bolha virtual. Onde
está a paz? Esse silencio, a falta de diálogo, seria considerado paz? Não, eu
não suporto isso!
Sou do tempo do banco da
praça, do som do violão, da fogueirinha no chão e das paqueras que, no máximo
pegar na mão, já era bom demais. Gosto da tecnologia, uso sua modernidade, mas
não deixou me escravizar.
Em um mundo contemporâneo
repleto de melhorias e estresse, a busca pela paz interior torna-se uma
necessidade mais urgente do que nunca. Os jovens que descrevo enfrentam
desafios em um ritmo acelerado, imersos em tecnologia, cobranças acadêmicas e
sociais. Contudo, a corrida incessante em direção ao futuro muitas vezes
obscurece a importância da introspecção e da construção de uma base sólida de
paz interior. Enquanto eles moldam seus destinos e perseguem realizações nós,
mais velhos, procuramos encontrar um estágio da vida onde a reflexão se torna
uma aliada valiosa. À medida que envelhecemos, a busca pela paz interior não é
apenas aconselhável, mas torna-se uma necessidade essencial para enfrentar as
complexidades do tempo que passa.
Filósofos têm repetidamente
destacado a importância da paz interior como uma meta fundamental na busca por
uma vida significativa. À medida que envelhecemos, essa busca torna-se ainda
mais premente, proporcionando-nos uma orientação profunda e uma compreensão
enriquecida do verdadeiro propósito da existência. Sêneca, Epicteto e Marco
Aurélio, ancorados na tradição estoica, exploraram profundamente o conceito de
paz interior. Sêneca, por exemplo, afirmava que "a verdadeira
felicidade é... aproveitar o presente, sem ansiedade dependente do futuro".
Essas palavras ressoam como um eco atemporal, lembrando-nos da necessidade de
encontrar serenidade nas complexidades da vida.
O Buda Gautama proclamou que a
paz vem de dentro, e é alcançada não através da ausência de problemas, mas da
capacidade de lidar com eles com calma e sabedoria enfatizando a importância da
paz interior como um caminho para transcender o sofrimento humano. Entender que
a paz interior não é um estado estático, mas uma jornada contínua de
autodescoberta e acessível.
À medida que envelhecemos,
enfrentaremos desafios, mudanças e perdas. Nesse contexto, a paz interior atua
como um refúgio sereno, proporcionando força para enfrentar adversidades e
aceitar a impermanência da vida. Essa busca é atemporal, sua conquista requer
uma prática constante de uma introspecção.
Isso não apenas tranquiliza mente, mas também ajuda a desenvolver a
resiliência emocional diante dos desafios inevitáveis.
Hoje, enquanto nos deparamos
com um mundo frenético e muitas vezes caótico, a paz interior surge como uma
necessidade. Cada indivíduo é
incentivado a pausar, refletir e dedicar tempo para cultivar a serenidade
dentro de si.
A paz interior não é um luxo,
mas uma bússola confiável que nos guia através das águas tumultuadas da vida.
Ao envelhecer, ela se transforma numa dádiva que oferecemos a nós mesmos. Uma
luz que ilumina os recantos mais escuros da existência. Temos que saber
utilizar os freios emocionais para abraçar essa jornada com coragem e
determinação, buscando não apenas o sucesso externo, mas a calma interna que
transcende as estações da vida.
Muita paz
Rubens Nascimento, é
jornalista, Bel. Direito e Mestre Maçom
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