Terça-feira, 22 de fevereiro de 2022 - 10h39
Conheci o padre Jonas Abib no ano de 1975, num Encontro de
Jovens chamado Maranathá, que tinha uma programação que até hoje é seguida nos
Acampamentos da Canção Nova e na maioria dos retiros pelo país afora. Para
entendermos como tudo começou, é bom checar a história e relembrar o que
motivou o padre Jonas.
Padre Jonas iniciou seu trabalho com os jovens na diocese
de Lorena (SP), após ter vivenciado a efusão do Espírito Santo, que completou
50 anos no dia 2 de novembro de 2021. A partir dos encontros para jovens
realizados no Colégio Salesiano São Joaquim, ele intensificou esses retiros
espirituais na região e pelo Brasil, diversificando os nomes e as propostas de
cada encontro, como Maranathá, Experiência de Oração, Aprofundamento, e o
próprio “profético” Catecumenato, que foi um pedido do então bispo de Lorena
(SP), Dom Antônio Affonso de Miranda.
Muitos encontros ocorreram na Fazenda Morada do Sol, em
Areias (SP), que comportava no máximo 70 pessoas! Padre Jonas sempre foi
sensível à voz de Deus, aos seus sinais. E quando percebeu a dificuldade de
acesso à fazenda em Areias (carros atolavam na estrada, dificuldade extrema de
acesso), entendeu que era hora de sair dali e começar um novo ciclo. E então
começou a construção da Casa de Maria, em Queluz (SP), a maior Casa de Retiros
na Diocese.
E foi nesse local que, em novembro de 1977, na Festa de
Cristo Rei, padre Jonas lançou o desafio: “Quem quer dar um ano da sua vida
para Deus?” E foi a resposta afirmativa de 12 participantes que resultou no
começo da Comunidade Canção Nova, em 1978.
As consequências desse desafio vieram nos anos seguintes.
Em 1980, a Rádio é adquirida em Cachoeira Paulista (SP), e começa o encontro
chamado Rebanhão, nos dias de carnaval, que pude participar desde o início.
Lembro bem que perguntei ao padre Jonas, no primeiro Rebanhão, o porquê dele
ter escolhido este nome. Ele respondeu: escolhi “Rebanhão” porque virá muita
gente!
E realmente, a cada ano, vieram mais e mais pessoas,
milhares. O Rebanhão inventado pelo padre Jonas foi um impacto que deixou,
principalmente, os jovens maravilhados. Depois, foram mais de 120 mil pessoas
nos Cenáculos realizados nos estádios.
Outra característica importante na época é que os Retiros
organizados nas dioceses eram Retiros de Silêncio, com pouca gente, que ainda
costumam acontecer até hoje. Mas o padre Jonas teve uma ideia inédita,
“chocante para época”: pediu para montar uma banda com teclado, bateria, baixo,
guitarras, violões, instrumentos de sopro, percussão, tudo para animar os
encontros, inclusive as missas!
É bom ressaltar que ninguém tinha feito isso ainda, foi um
verdadeiro estrondo. Em pouco tempo os encontros começaram a lotar as quadras
poliesportivas; houve mais adesão aos seminários e matrimônios cristãos, enfim
uma eficácia sobrenatural na evangelização que atingiu muita gente!
Padre Jonas, como sempre, um homem além do seu tempo, um
profeta, intuiu, inspirado na Evangelii Nuntiandi, que “devia sim falar às
multidões, mas ao mesmo tempo em cada coração, utilizando uma linguagem
pessoal, como se aquela pessoa fosse a única naquele lugar”.
Ele conseguiu provar a despeito dos que criticavam esses
“encontros de massa”, que eles funcionavam muito bem e eram muito eficazes na
adesão e no compromisso com a Igreja! Encontro cristão com multidões em pleno
carnaval? Padre Jonas foi o pioneiro!
*Diácono Nelsinho Corrêa é membro da comunidade Canção
Nova.
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Formei-me em 1958 em Direito na FDUSP e desde o início da década de 60,quando cinco dos atuais Ministros ainda não tinham nascido, atuo perante a Su