Terça-feira, 12 de maio de 2020 - 10h09
13 de maio de 1888… começa o jogo. O Brasil foi destino por 350 anos de 4,5 milhões de africanos para serem escravos. Eu, no entanto, imagino um jogo de xadrez. Mas, que por uma mão mágica é movida. No entanto: os brancos saem na frente. Invejo a lucidez desse jogo, porque mesmo não tendo toda a decisão – tenho a capacidade de influenciá-lo. Muito embora, impreterivelmente, mais cedo ou mais tarde, tenho de aprender a respeitar a ordem natural das coisas
Entretanto, acredito
que na vida, apesar de tudo, o mais justo sempre acaba por triunfar, e sem
pestanejar prossigo o ato, e o jogo continua… as peças pretas saem
tresloucadas para atingir a última linha. Sabe-se apenas que se regras forem
violadas há o risco do peão não chegar. Chega a hora de reunir o necessário e
esquecer o acessório, conduzindo o destino de cada peça. Começo a perceber uma
regra de continuidade e de respostas em cada jogada. É a vida!
Aprender a mover as peças é entender a essência do existir. São peças
pretas contra as peças brancas e peças brancas contra peças pretas, antíteses e
antônimos andam juntos. Essa é a nossa única diferença: não sabemos
quanto tempo temos, quantos dias teremos e não sabemos se obteremos chance de
consertar o mal que fizemos ou identificar qual foi a nossa “jogada errada”.
Mas o objetivo é o mesmo: fazer com que o rei adversário fique sem saída
e abdique… é o xeque-mate.
Na vida real, cada decisão nossa é um xeque-mate. Mas algumas regras são
imutáveis! Por exemplo: uma pedra preta, será sempre uma pedra preta; mas isso
não interfere no jogo, pois não são somente as brancas que atingem a
preeminência. Um outro exemplo, é o movimento do cavalo: que claramente
representa as mudanças de decisão. E quantas vezes devemos desviar de alguma
situação ou obstáculo; para atingir nosso objetivo?
É
assim que a vida segue, tal qual um jogo de xadrez, nossas idas e vindas,
nossos problemas “atribuladores” a enfrentar. O jogo não acaba sem angústia e
sem sanhas para ambos os lados. Cada ato nosso é mais uma jogada, a favor,
claro, do brilhantismo do jogo; a favor do realce de matizes da vida, limites
traçados para o amor em preto e branco. Entretanto um grande fato nunca devemos esquecer… o movimento de
uma pedra interfere no movimento das outras. Cada ato nosso deverá ser pensado
e medido para não haver arrependimentos ou ingratidões. Uma dica: guarde sempre
uma surpresa reservada para o “Gran Finale”. Nos encontramos no futuro! Abraços.
*Articulista
laureado com a medalha Zumbi dos Palmares.
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