Sábado, 12 de dezembro de 2020 - 12h43
É inegável que todos desejamos
estabelecer uma relação trabalhista de boa qualidade e com a reforma
trabalhista isto se tornou ainda mais necessário. O problema é que, com a
reforma também, houve perda de receitas das entidades sindicais, que não mais
recebem a contribuição sindical sem uma autorização dos trabalhadores, o que
implica em maior dificuldade para essas instituições se manterem, terem um
grande número de associados, sem mostrar que contribuem para seus filiados/associados. Muitas vezes, para superar estes problemas,
alguns sindicatos resolveram ser mais inflexíveis na negociação. É o caso que
acontece, agora, em Rondônia com a Federação do Comércio e seus sindicatos
patronais filiados que seguem na tentativa de negociação com o sindicato
laboral do interior – Sitracom- do piso salarial dos seus trabalhadores, sem
que este, quando procurado para negociar, esteja disposto, de vez que está sempre
colocando obstáculos diversos, entre os quais o pagamento de taxas para sua
manutenção. Isto se reflete, de forma inequívoca, pois, depois de várias
rodadas de negociação, o Sitracom, até o momento, não realizou nenhuma
tentativa de entendimento, não demonstrando intenção de negociar de fato. Nós,
da Associação Comercial de Rondônia-ACR não concordamos, é claro, com a posição
inflexível do sindicato que, com isto, prejudica diretamente os próprios
trabalhadores na medida em que de nada adianta ter mais direitos se as empresas
não conseguirão pagar e os empregos acabarão por não existir aumentando ainda
mais os problemas da economia. Esta compreensão, que é ter a visão de que o
sindicato deve pensar, antes de tudo, nos trabalhadores é que fez com que na
nossa capital o seu sindicato (Sindecom) chegasse a um acordo visando preservar
a renda e os empregos dos comerciários. Efetivamente, quando vamos examinar os
acordos coletivos que tem sido feitos este ano, nos deparamos com mais de 75%
deles buscando preservar os empregos, inclusive aceitando uma reposição entre
2,5 a 3%, reconhecendo as dificuldades das empresas de manter seus empregados.
Num momento tão difícil, como este da pandemia, o Sitracom, lamentavelmente, se
nega a negociar, o que somente pode trazer mais problemas tanto para as
empresas, como para os trabalhadores. É uma pena que muitas empresas e
trabalhadores sejam penalizados por falta de visão de dirigentes sindicais e o
que poderia ser uma questão de negociação com bons frutos para todos se torne
um problema e acabe, como acabará sendo, judicializado.
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Formei-me em 1958 em Direito na FDUSP e desde o início da década de 60,quando cinco dos atuais Ministros ainda não tinham nascido, atuo perante a Su