Terça-feira, 14 de março de 2023 - 10h37
“Quem luta pelo comunismo tem que poder
lutar e não lutar; dizer a verdade e não dizer a verdade; prestar serviços e
negar serviços; manter a palavra e não cumprir a palavra; enfrentar o perigo e
evitar o perigo; identificar-se e não se identificar. Quem luta pelo comunismo
tem de todas as virtudes apenas uma: a de lutar pelo comunismo.”
Berthold Brecht, poeta e teatrólogo alemão
É curioso Lula até hoje não ter se declarado -
e nem ser reconhecido - como comunista. Estranho, também, esse blefe não ser
considerado desonestidade intelectual ou ameaça ao país, quer pela imprensa, pela
Academia, e até mesmo por muitos de seus eleitores. Não é necessário
conhecimento da doutrina marxista/leninista para identificar no PT – Lula é um
dos seus fundadores – todos os cacoetes de um partido comunista, embora se
apresente sempre vestindo trajes democráticos, com um discurso trabalhista e agitando
a bandeira da ética. Os programas e as práticas partidárias petistas não escondem
suas reais intenções de acirrar a luta de classes e promover invasões de
propriedades, teses fundamentais do comunismo. As agendas do PT coincidem com aquelas
da rede global de organizações comunistas, como a internacionalização da
Amazônia, o terrorismo ambiental, a liberação das drogas, o desarmamento civil,
o relativismo cultural e a ideologia de gênero. Não sem motivos, os partidos
comunistas do mundo inteiro saudaram efusivamente a vitória de Lula, nas
últimas eleições. Lula e o PT postulam ainda o controle estatal da vida
privada, a criminalização da moral religiosa, o aborto, a política nas escolas,
a erotização infantil, a linguagem neutra e outros programas “progressistas” contrários
à família, ideário que só reforça os matizes gramcistas entranhados no
petismo.
É também indício da vocação comunista
do PT o fato dos principais nomes desse governo serem declarados esquerdistas.
Destaques para os Ministros da Economia, Fernando Haddad, um trotskista desde
estudante; e da Justiça, Flavio Dino, um fanfarrão ex-militante do PCdoB, que sequer
se inibe de sair fantasiado de “guerrilheiro comunista” no Carnaval. Desnecessário seria citar Dirceu, Genoíno e
Dilma, antigos combatentes em armas da revolução para implantar a ditadura do
proletariado no Brasil, na década de 60. Como companheiros de viagem em todas
as circunstâncias - especialmente as eleitorais – Lula conta ainda com a
chamada “esquerda caviar”, além dos “comunistas de sacristia” que sempre o
cercaram, como Frei Beto, o intitulado “católico à sua maneira” pelo
Cardeal Hummes, e Leonardo Boff, conhecido religioso esquerdista renegado pelo
Vaticano. Não se despreze também o fiel concurso dos Bispos da CNBB que,
encastelados na Teologia da Libertação e valendo-se de suas CEBs – células
comunistas paroquiais de base – autênticos sovietes paroquiais, têm sido
incansáveis na tarefa de desarmar os espíritos cristãos quanto aos perigos da
ideologia marxista.
Essas ligações de Lula com históricos militantes
comunistas estendem-se inclusive ao Judiciário. Numa sequência orquestrada – no
seu governo anterior – um ativista do STF não autorizou a extradição do
camarada terrorista Cesare Battisti, para a Itália. Noutra ocasião, um Ministro
– hoje declarado simpatizante do PT - fraturou a Constituição Federal, em
proveito da companheira Dilma. Na sequência, rasgaram a lei que negava direitos
políticos aos condenados em segunda instância, e um Juiz que durante anos
ostentou a estrela vermelha do PT na lapela conseguiu a extraordinária façanha
de anular a condenação por corrupção de Lula, desprezando sentenças exaradas
por unanimidade em três instâncias e habilitando-o à eleição.
Lula também não esconde mais seu empenho
na implantação do que intitula uma “política latino-americana”, ou seja, da “comunização”
do continente. Juntamente com Fidel Castro, ele fundou o chamado Foro de São
Paulo, uma velada organização internacional, com explícitos objetivos comunistas
e contrários à soberania nacional, valendo-se da cumplicidade, ou da omissão
consciente, da imprensa, do Congresso, dos partidos políticos e do STF. Por
motivos inconfessáveis, Lula manteve essa “Internacional Socialista Americana” praticamente
na clandestinidade por anos, sempre negando ou desconversando quando inquirido
sobre sua existência. Todavia, num vídeo de 2012, em apoio à Chavez, Lula
admitiu: “Em 1990, quando criamos o Foro de São Paulo, nenhum de nós
imaginava que em apenas duas décadas chegaríamos aonde chegamos. Naquela época,
a esquerda só estava no poder em Cuba. Hoje, governamos um grande número de
países e, mesmo onde ainda somos oposição, os partidos do Foro têm
influência crescente na vida política e social...”.
Para aqueles que desdenham da
existência do Foro de São Paulo, lembro que Lula, sem quaisquer escrúpulos, já
apoiou e recebeu apoio, inclusive eleitoral, dos dois últimos ditadores da
Venezuela: Chavez e Maduro. Eleito, Lula se nega assinar a declaração da ONU,
em protesto aos crimes contra humanidade perpetrados por Ortega, companheiro ditador
da Nicarágua, apresentando ainda como aliados estratégicos os esquerdistas Castillo,
no Peru, Fernandez da Argentina, Boric do Chile, e Petro, o ex-terrorista das
FARC, na Colômbia. Autênticas “falsidades ideológicas”, na acepção do termo, esses
governos “camaradas” do Foro trazem na embalagem rótulos de propaganda enganosa,
anunciando democracias socialistas, socialismos democratas, progressismo, nova
esquerda... Contudo, não passam de corruptelas de comunismo barato, fabricantes
de miséria em massa, semelhantes no autoritarismo e no cerceamento de
liberdades aos mesmos regimes que mataram mais de 120 milhões de inocentes, no
último século.
Não há razões
republicanas para que – há décadas – todos finjam não ver Lula ocultar seus
reais objetivos ideológicos. Agendas, narrativas, integrantes do governo,
simpatizantes, política internacional, alianças, discursos, projetos, tudo e
todos são mais que indícios: ele é comunista, sem se identificar como, e sempre
lutou pelo comunismo, mentindo, trapaceando, dissimulando... Afinal, como
disse Thoreau, escritor americano, ao suspeitar que o seu leiteiro adicionava
água ao leite ordenhado entregue à sua porta, “[...] a prova circunstancial
é muito forte quando você encontra uma truta no leite.”
Gen
Div R1 Marco Aurélio Vieira
Foi Comandante da Brigada de Operações Especiais e da Brigada de Infantaria Paraquedista.
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