Quinta-feira, 21 de março de 2013 - 08h09
CUIDADO COM ELE
Por Carlos Chagas
Joaquim Barbosa, presidente do Supremo Tribunal Federal, fala as coisas mais desagradáveis, incômodas e agressivas, mas acerta na mosca. Sua metralhadora giratória cospe verdades que agridem, incomodam e desagradam. Não há associação, entidade, instituição, categoria ou até pessoa que não tenha uma queixa específica sobre uma das múltiplas observações do ministro, ainda que todos concordem com as outras, isto é, o restante do que ele diz.
Num exemplo: jornalistas irritaram-se por ter o ministro mandado um repórter “chafurdar na lama”, apesar de todos nós concordarmos com as criticas a respeito do conluio entre juízes e advogados, ou sobre as relações promíscuas entre magistrados e empresas privadas em resorts e hotéis de luxo, para seminários realizados em piscinas, campos de tênis e na beira da praia. À exceção dos parentes, quem não concorda com a denúncia de que filhos, irmãos, sobrinhos e primos de ministros, desembargadores e juízes montam privilegiados escritórios de advocacia para patrocinar causas em julgamento pelos próprios? Nem precisam ser recomendados, esses escritórios de advocacia, mas às vezes são...
Joaquim Barbosa não perdoa. Sua imagem cresce a cada dia, não obstante a indignação do segmento atingido. Não está em seus planos, ele até se irrita quando ouve que daria trabalho aos concorrentes, caso se candidatasse à presidência da República, em 2014. Poderia até vencer. Quando aparece em público, em restaurantes ou salas de espetáculo musical, é vivamente aplaudido.
Ainda na terça-feira, em reunião do Conselho Nacional de Justiça, que preside, não teve meias palavras quando se discutiam medidas para punir um juiz acusado de corrupção. Dependesse dele e o Judiciário já teria recebido inesquecível vassourada, de repercussão superior às condenações no processo do mensalão. É o perfil que ampla maioria do eleitorado gostaria de escolher. Cuidado com ele...
NOTA DESNECESSÁRIA
Vem aí mais um 31 de março, início de um golpe que durou 21 anos. À medida em que o tempo passa, mais o movimento militar se acopla aos livros de História, à exceção de furibundos radicais que defendem tudo o que aconteceu, ou de sedentos revanchistas até hoje querendo cortar cabeças. A chamada Revolução passou, deixando cicatrizes, cada vez mais distante do Brasil de hoje. Dois terços da população não haviam nascido quando a democracia foi restabelecida.
Sendo assim, acaba o ministro da Defesa de cometer um ato desnecessário. Em nota dirigida às corporações militares, proibiu que elas cedam locais sob sua jurisdição para atividades de comemoração ou lembrança do 31 de março. À maneira do Grande Irmão de George Orwell no “1984”, quer apagar o passado. Não tivesse o embaixador Celso Amorim expedido essa determinação e a data ficaria restrita a uns poucos extremados. Afinal, os generais de hoje nem eram cadetes em 1964. Como terão recebido a nota do ministro da Defesa?
CUIDADO COM OS NÚMEROS
Deve tomar cuidado a presidente Dilma. A mais recente pesquisa do Ibope/CNI alcança índices jamais conquistados por seus antecessores, já que nos tempos de Getúlio Vargas não se faziam pesquisas. Pode reacender velhas invejas um governo considerado ótimo ou bom por 63% dos consultados, e uma presidente com 79% de apoio ao seu modo de governar. Não se fala do Lula, de Fernando Henrique, de Fernando Collor e de José Sarney. Eles terão, no máximo, engolido em seco diante desses números que jamais registraram em seus governos. Fala-se dos companheiros. Daqueles que imaginaram transformar o governo Dilma num condomínio, pretendendo ditar-lhe métodos, comportamentos e interesses. Com o crescimento da popularidade da presidente, sentem cada vez mais distante a hipótese de mandar nela. Para que, então, sofrerem mais quatro anos de chuva, sol e sereno? Melhor será sabotá-la, criar-lhe dificuldades e substituí-la.
Fonte: Claudio Humberto
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