Sábado, 19 de outubro de 2013 - 12h06
Por Marli Gonçalves
Bom dia, Cinderelas! Após muito pensar, livre pensar, como diria nosso Millor, chego a uma conclusão um pouco devastadora, mas perfeita para entender como é que se pode explicar tantas coisas tão fora da ordem, ou nervosas, ou calmas demais onde não deviam estar. Ou, ainda, esse climão geral de desentendimentos, de Fla x Flu; a apatia diante de desmandos. Gente que a gente jamais pensaria anda dizendo coisas que nem nos nossos piores pesadelos imaginaríamos. E gente que a gente achava o Ó, ao contrário, aparece dando aula de bom senso. Quem devia ser contra anda a favor, e vice-versa.
Não tem tantas teorias conspiratórias rodando nas redes sociais? Pois acabo de lançar mais uma.Vocês ainda duvidam que botaram alguma coisa na água? Ou que algum movimento estelar sideral aliado à passagem dos cometas com o aquecimento global e desmatamento da Amazônia tenha transbordado algum pote de uma nova drogueta, vinda lá do céu? Ou - também pode ser, hein! - o efeito estufa causando alguma ebulição do centro da Terra fazendo borbulhas, que emergem como pororocas? Depois, não esqueça, devemos buscar explicações mais detalhadas a esse respeito.
Mas agora, antes, temos de chegar juntos a esta mesma conclusão, até para tomarmos providências possíveis para curar tanta insanidade: botaram ou está caindo alguma coisa na água. Aí ela se espalha,pelos chuveiros e torneiras, inclusive quando a gente toma banho e parece que atinge bastante a cabeça. Nossa presidente, inclusive. Outro dia, de maluca, andou juntando crianças e cachorros num discurso lamentável, já nos anais para estudos psicológicos. Não foi a primeira vez que ela conseguiu ser ininteligível.
Vocês, por favor, não pensem que estou me excluindo. Não! Estou é prestando ainda mais atenção às minhas próprias reações, me colocando como cobaia antes que algum maluco resolva catar bichinhos, cachorros, gatos, ratos e trancafiá-los (seria tão bom se as pesquisas pudessem avançar com a utilização única e exclusiva de baratas! Garanto que nenhum ativista iria libertá-las).
Ando atônita. Tenho vivido dias que, sinceramente, se pudesse ficar enroscadinha na minha caminha, resguardada, não sairia dali por nada. Primeiro para descansar um pouco que ando precisando; mas também porque meu precioso sono tem sido abalado, e não é só pelos descalabros da casa noturna do lado de casa sobre a qual ninguém toma providências. Tem uma tensão no ar, que sei que os sensíveis estão também captando. Chego a pensar, e vocês vão rir, que, se não é a água pode ser, então, a internet, insidiosa, infiltrando-se, literalmente pelos fios, ou por Wi-Fi.
Levem em conta essa opção também. Tudo pode ser culpa da internet.Trabalho com comunicação, o que me faz percorrer o dia todo lendo esses meandros cibernéticos a cada dia mais sofisticados. Não aguento mais ver pratos de comida desinteressantes. Não aguento mais ver gente se vangloriando em viagens e que dão a impressão que só viajaram para poder...fotografar pros outros! Não aguento mais frases feitas e ver gente acreditando em saci-pererê, indiozinhos sendo enterrados vivos e outras patacoadas que bastava um pouco de lógica para ver que são bobagens, simplesmente bobagens. Outro dia vi uma jornalista defender durante horas - e junto a gente séria,que coragem! - que o 11 de setembro, na verdade, verdadeira, não foi obra do Al-Qaeda, não. Poupem-me de dizer quem ela acha que aprontou aquilo que, também, segundo sua tese, não foi bem assim - inclusive os aviões que atravessaram o prédio...Dá vontade de xingar. Torra qualquer paciência.
Por essas e outras, para poder - olha só - perdoar, cheguei à conclusão que é a mais democrática.
É a água, sim, senhor. Botaram alguma coisa. Ou caiu alguma coisa nela
São Paulo, apavorada, 2013
Marli Gonçalves é jornalista - Será que na água com gás essa droga persiste? Será que tomar banho de banheira ajuda? O que será que será?
E-mails:
marli@brickmann.com.br
marligo@uol.com.br
25 de novembro - a pequena correção ao 25 de abril
A narrativa do 25 de Abril tem sido, intencionalmente, uma história não só mal contada, mas sobretudo falsificada e por isso também não tem havido
Tive acesso, sábado, dia 16 de novembro, a uma cópia do relatório da Polícia Federal, enviado pela Diretoria de Inteligência Policial da Coordenaçã
Pensar grande, pensar no Brasil
É uma sensação muito difícil de expressar o que vem acontecendo no Brasil de hoje. Imagino que essa seja, também, a opinião de parcela expressiva da
A linguagem corporal e o medo de falar em público
Para a pessoa falar ou gesticular sozinha num palco para o público é um dos maiores desafios que a consome por dentro. É inevitável expressar insegu