Quarta-feira, 12 de julho de 2017 - 19h37
Evandro Casagrande*
Ah, então é isso: a Cidade da Cultura, na verdade, é um projeto futuro do governo. Tudo bem. Mas acontece que, convenhamos que houve uma certa precipitação em dar esse nome pomposo a algo que poderá existir daqui há muitos e muitos anos. Ou não! Mesmo porque o governo que aí está terminará no dia 31 de dezembro do ano que vem e não tem autoridade para prever o que os outros irão fazer daquilo que chamaram de Cidade da Cultura. O mais certo que se tem é que, em sendo algo relacionado a cultura, qualquer projeto será destinado ao final da fila. Além disso, nada mais.
Li os comentários feitos a propósito de meu texto elucidativo. O Sílvio Santos o fez com elegância, justificando que o nome foi dado baseado numa maquete bem intencionada. Se um dia vier a ser o que está no projeto, viva a cultura de Rondônia! A julgar pelo nosso teatro, que demorou quase vinte anos para ser concluído, teremos muito que esperar. Por isso, reitero, tal denominação talvez um dia tenha razão de ser (torcemos para que isso aconteça), porém do jeito que está, ainda não dá. Mais respeito, portanto, com a cultura de Rondônia que além das nossas encantadoras manifestações folclóricas dispõe de outras investidas culturais populares e até eruditas.
Em contraponto com o comentário do Sílvio, vem o do Sr. João Zoghbi, que teve o raciocínio embaçado por escrever movido por forte emoção. Em momento algum, senhor, desqualifiquei o artistas visuais que foram introduzidos naquele dia do Flor do Maracujá. Muito pelo contrário, até os elogiei, merecidamente, por serem ícones das artes visuais regionais. Pelo que escreveu, o senhor implicou com o “introduzidos”.
Mas, caro artista, sugiro que consulte um dicionário para ver a extensão semântica do vocábulo “introduzir”. O senhor o interpretou como se eu os tivesse chamando de passiva massa de manobra. Não, apenas disse que foram inseridos naquele espetáculo popular. O também senhor se sentiu ofendido por ter sido chamado de “pintor”. O que o senhor estava fazendo ali, senhor Zoghbi? Pela foto divulgada, estava pintando, e, quem está pintando, no momento deste ato assume a função de pintor. Elementar. Quanto ao senhor desfiar o seu currículo dizendo que também pratica escultura, fotografia, cinema e artes visuais, lembro-lhe que todas essas artes que citou, são artes visuais, daí a redundância de sua assertiva. Para avivar sua memória, as artes consideradas visuais são: pintura, desenho, gravura, design, artesanato, fotografia, vídeo, produção cinematográfica e arquitetura.
Lamento, destacado artista, que há quarenta anos luta, como os demais colegas seus citados por você, pela cultura nesta terra em que não se respeita o conhecimento, as artes e as coisas que enlevam o ser humano, se volte tão furioso achando-se ofendido por mim. Acho — e conte comigo nessa empreitada — que nós, amantes da cultura, devemos nos unir para que os que têm poder de mando neste estado nos respeitem enquanto protagonistas desse projeto. Que respeitem o conhecimento, o talento. Gente que, como você, enobrece a condição de ser de Rondônia. Enquanto nos digladiamos, anos a fio eles ficam passando com seu descaso sarcástico que tanto tem atrasado a realização dos nossos mais nobres sonhos nativos.
*Pesquisador da cultura latino-americana
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