Sexta-feira, 14 de junho de 2013 - 14h33
David Nogueira
Decidi reapresentar o texto abaixo, com alguns dados novos, pela importância que possuiu e pela necessidade do permanente debate. Perdemos o trem da história, mas ainda podemos correr pela estação!!...
No final do século XVII, dois ingleses inventaram a primeira máquina a vapor realmente operacional. Abria-se, então, o caminho para a chamada Revolução Industrial. Pouco mais de um século transcorrido, em 1804, o povo conheceria a primeira locomotiva. O mundo nunca mais seria o mesmo.
A opção pelo transporte via trilhos, por todas as vantagens intrínsecas, ocupou grande importância em todos os países que iniciavam seus acelerados processos de desenvolvimento. Para se ter uma ideia, em 1860, a Alemanha já possuía quase 12 mil quilômetros de ferrovias em efetivo trabalho.
A primeira ferrovia do Brasil foi inaugurada apenas em 1854 (Estrada de Ferro Mauá), com 14,5 km, e ficava no Rio de Janeiro. Os ingleses construíram várias, em diferentes pontos, entretanto, sempre faltou planejamento. As ferrovias eram construídas para empresas britânicas ganharem muito dinheiro.
Era o nosso país a serviço do interesse alheio.
Até a década de 1920, o crescimento das ferrovias era bastante visível. A partir daí, falou mais forte os interesses da robusta indústria automobilística americana, que, paulatinamente, impôs ao país o modelo rodoviário. Com isso, estagnamos na ampliação de nossa rede férrea e nos tornamos o único país, de dimensões continentais, a possuir uma malha ferroviária pífia.
Todos os demais governos cometeram, de uma forma maior ou menor, nesse quesito, verdadeiros crimes de lesa pátria continuados.
Fonte: Anuário estatístico de transporte - 2000/Senado
A ditadura militar foi lamentável nesse episódio. Tão senhores do seu nacionalismo, do seu patriotismo e da defesa dos interesses nacionais, os militares não tiveram a coragem de se contrapor aos interesses americanos e não levaram adiante um programa de integração do país, através da construção de ferrovias, de cunho nacional. Ao contrário, acabaram com muitas delas ( Madeira-Mamoré, em Rondônia; Sapucahy, em Minas; a ferrovia da Serra Gaúcha, entre tantas) todas de inestimável valor histórico nacional, com vistas a enveredar, fortemente, pelo modelo rodoviário que ainda hoje domina o país.
Fonte: Fonte:UIC - 2007/Senado
Reparem que os números são reveladores. Os americanos impuseram, em diversos países, a política da expansão rodoviária, pois sabiam da importância da indústria automobilística na cadeia produtiva nacional. Não obstante, estrategicamente, fizeram uma das maiores malhas ferroviárias do mundo, que, ainda hoje, faz a diferença.
Fonte: Fonte: UIC - 2007/Senado
Os países que apostaram nas ferrovias trilharam um caminho diferente em um determinado momento de seus respectivos processos. Não é uma relação científica, porém é um dado político que todos precisam analisar com olhar desapaixonado, racional e pragmático.
O Brasil está retomando o seu programa de expansão ferroviária e precisa ser ainda mais agressivo. As grandes distâncias e os problemas ambientais podem ter nas ferrovias um aliado ou uma alternativa a ser considerada.
Na Amazônia, por exemplo, uma das saídas para a construção de rodovias polêmicas, poderia ser a construção de ferrovias, uma vez que as mesmas possuem as vantagens de ligar ponto a ponto, ajudam a reduzir os impactos e as pressões sobre a floresta, diminuem custos, racionalizam ações e integram, naturalmente, regiões sempre relegadas pelos governos de plantão.
Não termos desenvolvido uma forte malha ferroviária integrada urbana e de longas distâncias, tanto de cargas como de passageiros, foi um grave erro e é, nos dias de hoje, um sério desafio a ser equacionado pelo país que se prepara pra ser potência agrícola, comercial e industrial nas próximas décadas.
O Barbudinho entendeu esse dilema estratégico e patrocinou uma retomada forte nos investimentos nesse setor. Voltamos a planejar o óbvio para um país deste tamanho. Quanto mais trilhos, menos caminhões circulando nas rodovias, menos CO2 no ar, menos acidentes, menos desgaste de rodovias, mais economia e mais viabilidade econômica para os nossos produtos. O desafio será o de integrar nesse modal o transporte de passageiros. Isso já começou e eu quero, é sonho de menino, rodar esse país por trem.
O Brasil já tem mais de 15.000km de ferrovias planejadas e possui hoje 2.672km de ferrovias em construção. O trecho entre Palmas (TO) e o interior de São Paulo (Estrela do Oeste) está bastante adiantado e vai criar melhores condições de escoamento da produção de todo o Centro Oeste. A Nova Transnordestina integrará Piauí, Ceará e Pernambuco. Ainda no Centro Oeste, a Ferronorte vindo do Alto Araguaia até Rondonópolis fará parte da linha que chegará até Porto Velho (RO).
Por qual motivo, os governos anteriores não fizeram o óbvio? O Brasil Grande e com inclusão social crescente precisa diminuir distâncias. Para isso, todas as opções são válidas, necessárias e, a esta altura de nossas vidas, urgentes.
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