Segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014 - 11h25
O ano letivo ainda não começou em Rondônia, mas a julgar pelas últimas decisões da SEDUC, tudo nos leva a crer que teremos mais um ano de sucateamento da educação, porque o PMDB dos Raupp e de Confúcio parece ser especialista em desvalorizar a educação.
Todo mundo lembra que Valdir Raupp, em seu último ano de mandato de governador, deixou os trabalhadores da educação quase quatro meses sem receber salários e Confúcio caminha, a passos largos, para deixar a educação com baixíssimos índices de qualidade.
Este final de semana, Confúcio Moura e o hoteleiro Emerson Castro, o “Severino” da educação rondoniense, intimaram todos os diretores de escola e Coordenadores Regionais de Ensino para passarem um final de semana num luxuoso hotel localizado na região de Presidente Médici e Ji-Paraná. Sinceramente, não dá para acreditar que foram a trabalho, pois mesmo em dias de expediente a SEDUC não funciona adequadamente. A farra de diárias com certeza foi grande...
Visitando o portal do governo pode-se verificar que a SEDUC alega que o encontro é para melhorar a qualidade da educação no estado. Esse pessoal do governo só pode estar brincando! Quem foi que disse que alguém melhora a qualidade da educação reunindo apenas diretores de escola? Qual será a melhora da educação, após o governo levar cerca de 500 pessoas, que faz tempo que não entram em sala de aula, para fazer turismo em um hotel de luxo? Aliás, de hotel Emerson Castro deve entender, já que é do ramo de hotelaria; e não da educação. O secretário da educação, porém, não é a única pessoa estranha no local, porque o palestrante que Confúcio trouxe para falar de educação nada tem a ver com o assunto.
O portal do governo chama de “educador” Cláudio de Moura Castro, um economista sem nenhuma notoriedade no país e que escreve opiniões sobre economia na revista Veja. Claudio de Moura Castro entende de educação a mesma coisa que a bailarina da praça entende de mecânica de avião. Interessante observar que o “educador” trazido a Rondônia, a peso de ouro, para falar bobagens tem em seu sobrenome o “moura”, de Confúcio e o “castro”, do hoteleiro-secretário. Seria esse o motivo de trazer o economista para falar de educação?
Como a turma de Emerson tem mania de revidar opiniões na imprensa, poderão alegar que o colunista da revista Veja foi professor da Fundação Getúlio Vargas, mas com certeza não irão dizer que a fundação é uma empresa privada, bem longe de ter a realidade de Rondônia e que o colunista da Veja deu aula de um assunto específico da Economia. Cláudio de Moura Castro não sabe nada sobre a educação pública. Além disso, quando ele deu aula, Emerson Castro nem era nascido, pois ele nasceu em 1973 e o palestrante trazido por ele a Rondônia, com cachê muito alto, deu aula na Fundação Getúlio Vargas em 1970, mais de 40 anos atrás... Quanta coisa já mudou na educação?!?!
Confúcio Moura e o secretário-hoteleiro não sabem que pouco tempo atrás o colunista da Veja, para assuntos de Economia, deu uma declaração que prova claramente sua incapacidade para falar de educação pública no Brasil e sua falta de respeito com as mulheres brasileiras. O palestrante do PMDB declarou, em outubro de 2013, que “o Brasil deveria dar um bônus para as mulheres de Pernambuco e do Ceará, para casarem com engenheiros estrangeiros”, pois, segundo o “educador” de Confúcio, assim os estrangeiros ficariam no país e aumentaria a população. Cláudio de Moura Castro queria incluir essa idéia no Plano Nacional de Educação. Vejam que absurdo! Uma pessoa que declara um absurdo como esse não deveria jamais ser chamada para falar de educação. A União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) fez uma carta repudiando as declarações de Cláudio de Moura Castro e mandou para o Senado Federal. Entre os senadores, somente Cristovam Buarque saiu em defesa do palestrante de Confúcio. A carta foi assinada por 37 entidades que atuam na área de educação no país, entre elas a União Nacional dos Estudantes. Depois de ofender gravemente as mulheres de Pernambuco e do Ceará, o economista da Veja vem a Rondônia orientar os diretores de escolas sobre como fazer educação. Esse indivíduo não sabe nada de escola pública e sua única ligação com Rondônia é esse contrato com valores absurdos que Confúcio e Emerson Castro fizeram. Não duvido que vários diretores ainda pediram para fazer fotos com o tal “educador”.
Muito melhor do que ouvir um economista sem nenhuma experiência com escola pública falar bobagens, o governo do PMDB deveria devolver para os profissionais de educação desse estado a gratificação que deu em agosto e tirou em janeiro.
Nem creio que valha a pena condenar o secretário hoteleiro, pois ele não tem culpa. Não tem culpa porque ele não entende nada de educação e pelo que se sabe quem manda, de fato, na SEDUC são outras pessoas, igualmente incompetentes para o assunto. Conforme algumas pessoas que trabalham dentro da SEDUC, na capital, a função de Emerson na secretaria é a mesma daqueles exemplares de bovinos que enfeitam presépios em ocasiões natalinas em muitos lares brasileiros.
Em contato com uma das pessoas que participaram do passeio no hotel de luxo, recebi a informação de que a idéia principal no evento era fazer propaganda de Confúcio Moura. Não acredito que, mais uma vez, o governador vai usar a educação em campanha eleitoral, além do que a campanha começa no mês de julho. Seria interessante que as autoridades da Justiça Eleitoral ficassem atentas para esses eventos... Tenho dito!
FRANCISCO XAVIER GOMES
Professor da Rede Estadual
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