Quinta-feira, 28 de novembro de 2024 | Porto Velho (RO)

×
Gente de Opinião

Opinião

Doze dias de nada - Por Professor Nazareno


Gente de Opinião

Doze dias de nada
 
Professor Nazareno*
 
A ex-presidente Dilma Rousseff e o PT, seu corrupto partido, não governaram bem. Mas o seu sucessor, o golpista Michel Temer do PMDB, entrou e também nada fez após quase um ano de governo. Se algo mudou, foi para pior. Muito pior mesmo. Sem golpe, em Porto Velho também trocaram o prefeito. Saiu o lento Mauro Nazif e entrou Hildon Chaves do PSDB, uma espécie de esperança para a cidade mais imunda e porca do país. Quase meio mês já se passou da nova administração e até agora nada mudou também. A “rompança” da campanha eleitoral já está esmorecendo. E não é pouco tempo, não. No Japão, em apenas 2 dias muitas coisas são feitas e a “cidade das hidrelétricas” precisa de mudanças para ontem. Andando pelas ruas do lugar percebe-se que até agora as agruras continuam e que tudo não passou de embromação eleitoreira.
 
Acho que é por causa do tempo chuvoso que as obras para mudar a cara da cidade ainda não começaram. E como chove durante uns seis meses por aqui, as esperanças não são nada animadoras. Estamos no inverno amazônico. Alagação há por toda parte. Água podre e infecta continua sua rotina macabra de invadir lares e residências naturalmente. Lixo esparramado pelos quatro cantos da cidade é o que mais se vê. Eu mesmo já contei nessa nova administração uns quatro ou cinco animais mortos apodrecendo no asfalto cheios de tapurus. E pior: não senti ainda o tão prometido cheiro de perfume vindo das fedorentas ruas. Estive na rodoviária e juro que não me encantei  com aqueles banheiros. A ponte do rio Madeira ainda está escura, o Espaço Alternativo está uma desgraça, totalmente inacabado e sem previsão para terminar. Nada mudou.
 
A rua em que mora a professora Soniamar continua um mar de lama. Não veio a mobilidade urbana e o Interbairros 030 demora ainda muito tempo. Já andou nele, prefeito? Não vi nada na cidade até agora para me esquecer do Mauro Nazif. Pior: fala-se que ficaram 20 milhões de reais em caixa. Será? Toda a movimentação tucana só tem sido em cima dos pobres coitados dos barnabés municipais. Remaneja daqui para lá e de lá para cá. Traz de volta os funcionários cedidos. Diminui gratificações. Demite comissionados. Exonera secretário. Convoca para reunir, reúne para convocar. Enquanto isso, continua nossa triste rotina de sujeira e catinga. O PSDB nunca gostou de servidores públicos é fato, mas a cidade precisa de cuidados. E temos de torcer muito para que o rio Madeira não venha com outra enchente histórica igual àquela de 2014.
 
E nada de doar salário para ninguém. Isso é demagogia pura, jogo de cena para impressionar os incautos. Coisas do falecido Jânio Quadros e de João Doria. O correto seria abraçar a bandeira para diminuir em pelo menos 50 por cento os salários do prefeito, dos vereadores e de todos os assessores. Isso sim, traria economia para o município. Cuidado também com as licitações, com os fornecedores e com a Câmara de Vereadores. Todas as sangrias do dinheiro público têm que ser estancadas e se sobrar algum dinheiro deve ser investido para o bem dos munícipes. Foi o senhor que disse que “ia curar todas as feridas de Porto Velho, limpar todos os cantos e enterrar os desencantos”. Já começou a fazê-los? Queremos uma cidade melhor e estamos torcendo para que se faça uma boa administração com transparência e justiça. Mas são tristes os exemplos de doação de terreno a empresário e deixar que outros mandem na prefeitura.


*É Professor em Porto Velho.

Gente de OpiniãoQuinta-feira, 28 de novembro de 2024 | Porto Velho (RO)

VOCÊ PODE GOSTAR

25 de novembro - a pequena correção ao 25 de abril

25 de novembro - a pequena correção ao 25 de abril

A narrativa do 25 de Abril tem sido, intencionalmente, uma história não só mal contada, mas sobretudo falsificada e por isso também não tem havido

Punhal verde amarelo

Punhal verde amarelo

Tive acesso, sábado, dia 16 de novembro, a uma cópia do relatório da Polícia Federal,  enviado pela Diretoria de Inteligência Policial da Coordenaçã

Pensar grande, pensar no Brasil

Pensar grande, pensar no Brasil

É uma sensação muito difícil de expressar o que vem acontecendo no Brasil de hoje. Imagino que essa seja, também, a opinião de parcela expressiva da

A linguagem corporal e o medo de falar em público

A linguagem corporal e o medo de falar em público

Para a pessoa falar ou gesticular sozinha num palco para o público é um dos maiores desafios que a consome por dentro. É inevitável expressar insegu

Gente de Opinião Quinta-feira, 28 de novembro de 2024 | Porto Velho (RO)