Por Eduardo Abílio Diniz
Na minha infância, os irmãos Dahier e José Nelson, filhos do José Atallah, irmão mais novo de Jacob Atallah, tornaram - se meus melhores amigos.
À época, meu pai, Jackson Abilio, esclareceu-me sobre a honra que era ser amigo de membros da família Atallah, cujo patriarca, Abdon Atallah, era pioneiro da cidade onde nasci, Porto Velho, e o primogênito, Jacob Atallah, conhecido como Dr. Jacob, era uma referência pessoal, profissional e política do meu estado, Rondônia.
Esse esclarecimento foi tão marcante para mim que não só continua marcado em minha memória até hoje, como também, lembro - me, que, naquela época, aguardava, ansiosamente, pelo momento em que conheceria o “Dr. Jacob“.
Porém, antes de conhecer o Dr. Jacob, conheci, na escola, uma colega, que se tornaria minha melhor amiga, namorada, noiva, esposa e mãe das minhas filhas, e pela qual eu me apaixonei à primeira vista, que se chamava Cynthia. Pela chamada do professor, eu descobri seu sobrenome, Atallah. Logo, soube que era parente dos meus melhores amigos. Mas, sua filiação, somente descobri no mesmo momento em que, finalmente, conheci o Dr. Jacob: ela era neta dele. Ela era filha da filha dele, Alcina Atallah.
Assim, com o tempo, além da honra de ser amigo de membros da família Atallah, passei a ser marido e pai de membros dela ; enfim , tornei - me, eu próprio, membro, e , como declarava o Dr. Jacob, “neto“ dele. Com o ingresso na família, pude conviver, cotidiana e intimamente, com o Dr. Jacob e testemunhar o que o meu pai havia me esclarecido: de fato, ele era uma referência pessoal, profissional e política.
Nesses 20 anos de convivência íntima , testemunhei o referencial do filho, marido, irmão, pai, avô e bisavô Jacob. Ele sempre honrou os seus pais. Ainda conheci sua mãe, Elza Freitas Atallah, para a qual ele era motivo de orgulho e satisfação. Também sempre acompanhou sua esposa, para a qual declarava sua paixão inicial e amor. Sempre educou seus filhos nos caminhos da formação e exercício profissionais e convivência familiar. E, ainda, sempre aconselhou seus netos e divertiu - se com suas bisnetas.
Comigo, sempre retribuiu aquela admiração e respeito que meu pai tinha para com ele, a qual havia me levado a lhe conhecer. Não testemunhei, pessoalmente, o médico Dr. Jacob, nem o político Jacob Atallah, mas pude ler , ver e ouvir inúmeros e diversos testemunhos sobre essas fases de sua vida, os quais, por história, também comprovaram aquele referencial.
Porém , como ele sempre declarou a mim , lembrando inicialmente do seu pai, depois da sua filha, e, mais recentemente, convivendo com suas bisnetas, “ a vida é um ciclo”, e, por causa desse “ ciclo da vida“, é que, neste instante, e após sua morte, sou eu que , emocionado, com os olhos marejados, mas sorrindo, escrevo sobre ele . Sobre esse referencial de homem para mim. Emocionado pela saudade dele e responsabilidade da sua herança, mas sorrindo pelas memórias, das quais sempre lembrarei feliz.
Dr . Jacob foi um referencial de homem, em sua plenitude, para todos os homens. E, para mim, continuará sendo. E, eu, enquanto homem social, que, quando criança, ansiava em conhecer essa referência, hoje, adulto, anseio para que o seu legado ultrapasse os limites da sua herança em família e estenda - se para toda a sociedade. Ele, durante a vida, não foi referência apenas para nós. E, também por isso, anseio que seja referência para essa e para as próximas gerações, em especial, dele, na qual se incluem minhas filhas, e dos seus amigos, colegas e admiradores.