Sábado, 13 de julho de 2013 - 11h22
Nesta década as coisas foram se deteriorando na política rondoniense desde a Operação Termópilas que puniu alguns representantes do governo do estado e da Assembléia Legislativa – onde muita gente ficou de fora da justa punição - e neste mesmo governo da Cooperação, a Operação Apocalipse voltou a flagrar deputados, empresários, traficantes, estelionatários - e novamente elementos ligados ao governo estadual.
Eu não acredito, pessoalmente, na possibilidade do governador Confúcio e do presidente da Assembléia Legislativa afastado José Hermínio Coelho serem traficantes ou estarem associados ao narcotráfico, mas existem carradas de indícios que tanto o Palácio Presidente Vargas como a Assembléia Legislativa caminham na contramão da decência e precisavam realmente ser investigados por auditorias mais independentes, por tantas bandalheiras já denunciadas.
Constato Confúcio e Hermínio enlameados até o talo e com as respectivas carreiras comprometidas e com graves prejuízos para o estado de Rondônia, onde a classe política consegue se superar - para pior – a cada geração. Diante de tantas contradições, fofocas, notícias plantadas, precisamos de auditagens mais precisas, talvez uma intervenção federal seja necessária para comprovar verdadeiramente, quem é quem nas paradas. A principio, vejo uma contenda, onde não há mocinho, muitos perdedores e uma população inteira pagando o pato. Como o governo federal vai aportar recursos para um estado onde o dinheiro tem sido sumariamente rapinado? Num estado onde as autoridades que deveriam combater o crime organizado acabam se confraternizando com os fora-da-lei?
Entendo que a Operação Apocalipse foi conduzida com lisura pelo secretário de segurança Marcelo Bessa – ao meu ver criticado injustamente por um naco da imprensa local – e levantou toda a sujeirada escondida sob o tapete. Mas Bessa é subordinado ao governo da Cooperação e Confúcio sumiu no dia da ação policial, suscitando dúvidas, desconfianças, provocando descrédito. Trocado em miúdos: a falta de firmeza do governador contaminou uma operação, que entendo necessária e honesta, onde também o atual governo foi para a vala comum.
Por tudo isto, e diante da necessidade de se passar Rondônia a limpo verdadeiramente, de esmagar o narcotráfico que estendeu seus braços aos poderes, acredito será possível conduzir melhor esta situação com uma intervenção federal, que de forma independente investigue com firmeza - e puna com rigor a todos os envolvidos, sem distinção de credos partidários.
(Carlos Sperança, Exclusivo para o gentedeopiniao)
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