Sexta-feira, 13 de dezembro de 2024 - 08h48
Não sei você, mas
acho esse negócio de moção de aplausos para servidor uma tremenda cafonice de
político que, na ausência de coisa mais séria a fazer, envereda pelo caminho da
demagogia a pretexto de valorizar esse ou aquele segmento profissional. Quer realmente
valorizar o servidor público, pois, então, convença o chefe do executivo
estadual ou municipal a pagar-lhe um salário decente, que atenda às suas
necessidades básicas, entre outros direitos da categoria.
Desde quando um
pedaço de papel não emoldurado ajuda a colocar comida na mesa, ou, então, a
pagar as contas de energia elétrica, água, telefonia, entre outras despesas? E
o pior é que ainda tem gente que se presta a esse tipo de coisa, só para
agradar o autor da concessão. É o tipo de solenidade na qual todo mundo quer
usar a tribuna para exaltar as qualidades do agraciado ou agraciados, ainda que
da boca para fora.
Depois do uso
excessivo de palavras que vão do nada a lugar nenhum, ou, para ser mais claro,
da encheção de linguiça, em cuja área muitos políticos e administradores da
coisa pública se especializaram, vem a sessão de fotos, quando todos, com
aquele sorriso amarelo, se juntam para o registro oficial, seguidos de aperto
de mão, abraços e, por fim, os comes e bebes.
Conheço o ritual de
cor e salteado. Aliás, não só conheço, como também fui agraciado com uma moção
de aplausos, nos meus tempos de servidor da Câmara Municipal de Porto Velho,
mas nunca fiz questão de recebê-la, principalmente depois que soube quais foram
os verdadeiros motivos que levaram o autor a apresentar a proposição. Naquele
momento, tudo é alegria, mas a realidade está logo ali, a poucos passos da
porta de saída.
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