Segunda-feira, 5 de agosto de 2013 - 12h03
Professor Nazareno*
Outro dia fui informado por um amigo que estavam arquitetando uma campanha nas redes sociais para me expulsar de Porto Velho e de Rondônia. Fiquei perplexo além de muito desapontado e frustrado. Se não fosse a minha força de vontade, teria enlouquecido. Quis até me suicidar. Minha esposa já guardou todas as cordas e objetos pontiagudos daqui de casa assim como latas de repelentes e inseticidas tentando evitar o pior. Não entendi por que quiseram fazer isto com uma pessoa tão boa e prestativa como eu. Deve haver um engano, só pode ser. Um terrível e lamentável engano. Eu, Professor Nazareno, jamais quereria por vontade própria sair de Porto Velho e muito menos de Rondônia. E qualquer pessoa em sua sã consciência e gozando de todo o seu bom senso jamais aceitaria sair daqui e as razões, além de telúricas, são muitas e variadas. Como abandonar, por exemplo, a “fina iguaria” com que me acostumei nestes 34 anos?
Não façam isso comigo, imploro. “Também sou rondoniense de coração”. Em que outra cidade do Brasil e do mundo eu encontraria uma rodoviária tão limpa e tão asseada como a da nossa capital? Seus banheiros perfumados, sua higiene impecável, sua comodidade e conforto não se encontrarão em nenhum outro lugar. Ao chegar ao Sul ou mesmo em qualquer cidade da Europa ou dos EUA, logo perceberia que fiz uma bobagem em ter saído daqui. Dentre as capitais, segundo relatório da ONU publicado recentemente, Porto Velho está entre as melhores em IDHM. Suas largas e arborizadas ruas, suas encantadoras praças floridas, seus belos jardins, seus inúmeros recantos de lazer, seus monumentos, a segurança impecável, a brisa de Alpes suíços que costuma soprar todo final de tarde, os museus, a arquitetura, teatros, as boas e conceituadas universidades particulares me fariam morrer de banzo logo nos primeiros dias. Onde uma população se enfurece com tolices e se cala covardemente quando é roubada?
Em que outro lugar do mundo meus filhos poderiam estudar? Onde professores universitários, às vezes até detentores de títulos acadêmicos como mestrado ou doutorado, discutem “textos tolos e simplórios” em vez de discutirem Foucault, Machado, Clarice, Drummond, Shakespeare ou “Fausto Faoro”? Onde se encontraria uma Medicina tão boa e eficiente como a de Porto Velho e de Rondônia? O hospital João Paulo Segundo, referência em tratamento de qualquer patologia, não se encontra em lugar nenhum do mundo. Onde a saúde está tão “joãopaulinizada” como aqui? Meus amigos, não me façam isto. Sentiria saudades dos lindos viadutos que existem na entrada da cidade assim como as manilhas que lhes enfeitam. E também da ponte de 300 milhões de reais que não serve para nada. O arraial Flor do Maracujá, com data e local sempre bem definidos, as três caixas d’água, o transporte coletivo pontual, limpo e organizado. E em que lugar “consultores” fariam campanhas contra pacatos cidadãos?
Conseguiria eu, ou qualquer cristão, viver longe da classe política de Rondônia? Como sobreviver sem o carisma e a eficiência de uma Assembleia Legislativa do Estado e da Câmara de Vereadores de Porto Velho? De cara, sentiria um vazio na alma ao perceber que estou longe dos amados políticos daqui. Vejam o nosso Prefeito, Dr. Mauro. Um batalhador. Um homem que não para de trabalhar. Vejam o Confúcio, os vereadores, os deputados estaduais. Os nossos políticos em geral, todos homens probos, competentes e focados somente no bem-estar geral. Nossos queridos representantes são trabalhadores incansáveis para a ordem e o progresso de Rondônia e sempre dando bons exemplos para o Brasil e para o mundo, todos vemos isto. Onde eu encontraria tanto civismo, tanta abnegação e tanto esforço em benefício de uma coletividade? Não posso sair daqui, pelo amor de Deus, não façam isto comigo. Tenham dó e clemência. Peço-lhes, humildemente, desculpas. Se me expulsarem, faço igual ao sapo cururu, volto.
*É Professor (ainda) em Porto Velho
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