Sexta-feira, 29 de novembro de 2024 | Porto Velho (RO)

×
Gente de Opinião

Opinião

Forasteiros X Beiradeiros


Forasteiros X Beiradeiros - Gente de Opinião

Professor Nazareno*
 

            Óbvio que forasteiro é o sujeito que veio de fora. Isto muita gente sabe. E beiradeiros não são só aqueles habitantes humildes que nasceram e moram na beira de um rio qualquer. É sinônimo de gente simplória, indivíduo com pouca ou nenhuma instrução, matuto mesmo, ou seja, pessoa que se deixa roubar e não reage. Essa dicotomia está evidenciada na prática e de forma bastante clara em Rondônia. Eu, o odiado Professor Nazareno, não sou beiradeiro. Embora não me orgulhe muito disto, sou forasteiro. Nasci longe daqui e moro há mais de três décadas em Porto Velho. Residi também em Calama. Estado relativamente novo na federação nacional, Rondônia sempre foi vista pelo resto do Brasil como uma espécie de mapa da mina, um “Eldorado”, um lugar para se encher de grana e cair fora o mais rapidamente possível.

            Para muitos forasteiros, enriquecer e melhorar de situação sempre foi o objetivo maior. Lugar atrasado, distante dos grandes centros e inóspito, Rondônia e sua imunda e mal cuidada capital sempre despontaram como oportunidades únicas para a ascensão de muitos profissionais, às vezes, rejeitados em seus Estados de origem. E o atrativo maior para estas infames empreitadas sempre foi a política. Dizem que Rondônia nunca teve um governador nascido nestas terras, embora se atribua a um único sujeito esta rara característica. Porto Velho, com mais de um século de existência, também nunca teve um prefeito eleito nascido no município. Sem “beiradeiros legítimos”, os destinos deste Estado e de seus 52 municípios sempre foram guiados pelos interesses dos forasteiros.

            Claro que quem nasce em Rondônia não tem que ser necessariamente honesto e que quem vem de fora tem que ser ladrão ou corrupto. Em todos os cantos deste imenso Brasil há pessoas honestas e pessoas corruptas. Porém, observando-se as sacanagens e as roubalheiras que têm sido feitas em Porto Velho e em Rondônia nos últimos anos, chega-se a imaginar: será que um filho legítimo desta terra teria a coragem de roubar e fazer o que os forasteiros fazem? Você, filho natural desta capital, rondoniense nato, teria feito uma decoração natalina como esta que foi feita em Porto Velho em 2014 ou mesmo aquela ridícula de 2013? Teria coragem de roubar o dinheiro destinado à construção de obras públicas vitais ou de se envolver em maracutaias para desviar 57 milhões de reais do seu Estado? Beiradeiro só perde e empobrece, forasteiro só ganha!

            Acho que um autêntico beiradeiro, mesmo que odiasse tanto este lugar, jamais faria tamanha pilantragem contra ele. Tem que ser de fora mesmo, com todo respeito a nós, forasteiros, para saquear dessa forma. Você roubaria seu pai? Roubaria sua mãe? Roubaria você mesmo? Gostaria de ver a sua capital desta maneira? Uma cidade destroçada e administrada da forma mais incompetente possível. Um Estado saqueado, explorado ao extremo. Dói muito ver a roubalheira e a impunidade campearem desse jeito. A maioria dos que roubam Rondônia e a envergonham, saqueiam-na, não é filho desta terra. Muitos são forasteiros que não a amam, mancham o seu nome, denigrem a sua imagem e corrompem as suas futuras gerações. Filhos legítimos de Rondônia! Tomem vergonha na cara! Ergam-se contra essa gente imunda e miserável. Defendam seu torrão. Se não fizerem isso, abaixem suas calças e esperem pelo pior que ele virá!
 

*É Professor em Porto Velho.

Gente de OpiniãoSexta-feira, 29 de novembro de 2024 | Porto Velho (RO)

VOCÊ PODE GOSTAR

A concessão de abono natalino a servidores públicos

A concessão de abono natalino a servidores públicos

Pessoalmente, não vejo nenhum problema no pagamento de abono natalino a servidores públicos, desde que seja autorizado por uma lei, apesar de muita

25 de novembro - a pequena correção ao 25 de abril

25 de novembro - a pequena correção ao 25 de abril

A narrativa do 25 de Abril tem sido, intencionalmente, uma história não só mal contada, mas sobretudo falsificada e por isso também não tem havido

Punhal verde amarelo

Punhal verde amarelo

Tive acesso, sábado, dia 16 de novembro, a uma cópia do relatório da Polícia Federal,  enviado pela Diretoria de Inteligência Policial da Coordenaçã

Pensar grande, pensar no Brasil

Pensar grande, pensar no Brasil

É uma sensação muito difícil de expressar o que vem acontecendo no Brasil de hoje. Imagino que essa seja, também, a opinião de parcela expressiva da

Gente de Opinião Sexta-feira, 29 de novembro de 2024 | Porto Velho (RO)