Quinta-feira, 12 de março de 2015 - 15h18
O Brasil entrou numa zona de turbulência que se não forem tomadas as medidas mais urgentes por parte do governo, antecipando-se aos fatos desencadeadores da crise que se instalou no Planalto, esta, pode alcançar outras dimensões, fazendo com que o grau da sua reversibilidade, seja cada vez mais difícil de ser contornada.
Diga-se de passagem, a falta de habilidade da presidente Dilma em lidar com determinadas situações de adversidade é perceptível. Há uma clara incapacidade de interlocução com os diversos segmentos organizados da sociedade.
O conflito com a base aliada, a sua insensibilidade para o diálogo, seu jeito pouco maleável em articular politicamente em seu entorno, forças que galvanizadas, dariam potencialidade para desobstruir alguns gargalos que estão em seu caminho, têm-lhe trazido, muita dor de cabeça e agravado sobre maneira este quadro.
Some-se a tudo isso, o estrago que está fazendo a operação Lava Jato, não tanto pelos seus aspectos conclusivos que estão longe de acontecer, mas pela visibilidade que os fatos trazidos pelos premiados com a delação, faz expor à sociedade, os nomes dos envolvidos, que tem ligação direta com o Planalto.
Há razões de sobra para a indignação, para a população tomar as ruas, as praças e logradouros públicos. Os níveis de corrupção que impregnam os meios públicos e privados, tornaram-se intoleráveis. A subtração de direitos da classe trabalhadora para beneficiar o capital rentista têm sido a tônica dos últimos governos. As principais reformas estruturais, sempre reverberadas durante as campanhas eleitorais, não encontram eco no Congresso Nacional, tão pouco recebe a importância devida pelo executivo.
As manifestações marcadas para esta semana, nos dias 13 e 15 de março, teria tudo para ser um movimento unificado, em torno de objetivos comuns, o de por fim ao processo corrosivo da corrupção e pelo respeito e ampliação dos direitos do cidadão e cidadã, não fora pela polaridade ou “falsa polaridade” entre defensores do governo Dilma apoiados pela Central Única dos trabalhadores e o Partido dos Trabalhadores X Opositores do governo Dilma, apoiados principalmente pelo PSDB e demais partidos de oposição.
Quando se trata de opor esses dois movimentos, percebe-se uma escalada da intolerância e do ódio de parte a parte, onde já não é mais possível espaço para o diálogo.
Aquilo que seria um ato de legítimo direito, assegurando o amplo exercício do jogo democrático, torna-se uma polaridade ancorada em interesses distintos, e focos bem acoplados, segundo os segmentos e setores que nestes estão representados.
Para um observador menos atento, ao embarcar nessa dualidade meio maniqueísta do bem contra o mal, embota uma visão, que lhe poderia oferecer uma leitura da realidade, de caráter mais transversal.
A rigor, PT e PSDB, fazem parte e se subordinam, por mais que queiram se diferenciar, da mesma face do poder hegemônico, que ditaram as cartas e as regras do jogo em nosso País, desde meado dos anos 90.
São corresponsáveis, e não podem se furtarem disso, da crise que está instalada no epicentro da política brasileira.
Os seus governos, à partir da era FHC, passando por Lula e com Dilma no comando atual, foram os formuladores das mesmas políticas econômicas, fiscais e de metas pré-fixadas, para cumprir o receituário ortodoxo dos organismos financeiros multilaterais.
Os financiamentos das suas campanhas, tenho insistido nisso, vertem da mesma fonte. Por conseguinte, o modus operandi da subtração de altas somas de recursos, oriundos dos cofres públicos (mirem-se na Petrobras), para irrigar a fonte e fazê-la cumprir novo ciclo virtuoso, no sentido de se perpetuar as relações de promiscuidade entre o público e o privado, perpassaram por todos esses governos. Só mudou a magnitude.
Essa história de que até aqui foi pontual. Daqui para frente foi sistêmica, pode convencer os tolos, os de boa fé ou os que ideologicamente embotaram sua capacidade crítica, para somente atribuir aos outros, todas as mazelas que tomaram conta do País. Cômodo não? A história saberá contar o que de verdadeiro aconteceu.
Nesse sentido, comungo com a posição de um documento, assinado por algumas entidades, veiculado nas redes sociais e, em algum momento sentencia: “A corrupção é ética, moral, e sistêmica: PT e PSDB são duas faces de um mesmo poder, aquele perfeitamente encarnado pelo oportunismo fisiologista do PMDB”.
Os movimentos que se mobilizam para tomarem as ruas nesses dias 13 e 15 pelo fora Dilma ou pelo fica Dilma, não me representam.
Precisamos de uma outra agenda, comprometida com as reais mudanças e transformações da nossa realidade.
É necessário um esforço coletivo, em torno de bandeiras que unifique e não que fragmente a luta. Fundamental, criar e fomentar ações que convirjam para a centralidade de um movimento amplo, com espírito de unidade, a exemplo das “Diretas Já” que levou milhões de brasileiros as ruas, em torno de um objetivo que transcendia as querelas das disputas partidárias e de luta de classes.
É só com esse espírito, que acumularemos forças para colocar as massas nas ruas, e exigir dos políticos, dos governos e dos poderes constituídos, medidas radicais para varrer do nosso meio a corrupção, assegurar os direitos dos trabalhadores, garantir as sonhadas reformas que colocarão no trilho, esse trem desgovernado chamado BRASIL.
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