Assisti, finalmente, o comercial de Michel Temer – não, não é um comercial do governo brasileiro – na televisão.
É uma peça de estupidez.
Além das mentiras que ontem se apontou aqui, com o trecho do texto antecipado pela Folha, o fecho do anúncio é de uma atroz prostituição ao capital estrangeiro.
“O mundo já reconhece que investir no Brasil voltou a ser um bom negócio”
Claro, onde é, no mundo, que se vai encontrar um governo que entregue jazidas imensas de petróleo praticamente de graça?
Onde é que se vai encontrar um país em que se possa colocar uns dólares e sair com eles generosamente multiplicados à custa de cortes na saúde, na educação e na assistência social de seu povo.
Onde é que vão encontrar um governante ilegítimo – afinal, as ditaduras escasseiam no mundo – que faça qualquer coisa para que um chefe de Estado ou um dirigente de multinacional venha posar para uma foto de cumprimentos, quando o planeta inteiro o olha de esguelha.
Somos, mais do que sempre fomos, um campo de caça do capital internacional. Somos um país de uma elite imbecil, que considera que só de fora há gente capaz de (nos) explorar as riquezas, e que algumas migalhas são o máximo que merecem por abrir a porteira, escancaradamente.
O Brasil “voltou a ser um bom negócio” porque o país está controlado por barraqueiros de feira na hora da xepa, vergado, destruído, arruinado, pedinte.
Regido – porque se comportam mesmo como rei pela usurpação – por um bando, como dizia o velho Brizola, de vendilhões da pátria.
Repito o que já disse: a propaganda do Temer é a cara do Temer.
Um evidente mau negócio para o Brasil.