Quinta-feira, 7 de dezembro de 2017 - 09h01
Professor Nazareno*
O sucesso do Nazismo e de Adolf Hitler na Alemanha se deu por conta do desespero do povo alemão, insatisfeito com os termos do Tratado de Versalhes, logo após a Primeira Guerra Mundial. Menos de uma década depois do triste armistício a Alemanha, a outrora potência econômica da Europa e do mundo, era humilhada pelos países vencedores daquele conflito e o seu povo explorado ao extremo. Sem nenhuma perspectiva de futuro, os germânicos só pensavam em vingança e para isso, chega ao poder máximo do país um sujeito que nem alemão era: diante do perigosíssimo vácuo na política, o austríaco Adolf Hitler convence os germânicos de sua “superioridade” sobre os demais povos da terra e assim abre caminho para os arianos se vingarem da “maior injustiça já traçada contra seu povo”. Outra guerra agora é só questão de tempo.
Guardadas as devidas proporções, o Brasil vive hoje na política um drama muito parecido com o da Alemanha das décadas de 20 e 30 do século passado. A política e os políticos há tempos perderam o seu valor entre nós. A roubalheira, a corrupção, os desmandos, a impunidade e a desfaçatez de nossos mandatários liquidaram a pouca credibilidade que ainda se tinha. O atual presidente do país, o golpista Michel Temer tem menos de 5% de apoio popular. Vários de seus ministros estão presos e muitos deles estão sendo investigados por falcatruas. Na maioria dos Estados e nos municípios o drama é o mesmo. Há muitos políticos respondendo processos e as operações da Polícia Federal não param. O que se ouve frequentemente é que boa parte do eleitorado vai anular o voto nas próximas eleições ou simplesmente se abster de votar em 2018.
O Brasil vive hoje um perigoso vazio de poder onde a maioria da população não tem a menor confiança nos seus governantes. “Todos os políticos são ladrões”, é a cantilena nacional. Neste ambiente, aduba-se o terreno e cria-se o clima favorável para o aparecimento de um salvador da pátria. E muitos já estão com o “pé na estrada” para “salvar o país” dos aproveitadores. Basta verificar o que dizem as pesquisas eleitorais faltando pouco menos de um ano até as próximas eleições presidenciais. Levando-se em conta o perfil cultural do eleitorado brasileiro, podem-se esperar mudanças desastrosas no cenário político. A antológica estupidez do brasileiro e a sua falta de conhecimento na política associadas a pouca ou nenhuma escolaridade do cidadão comum podem nos levar a um desastre pior do que o vivido na Alemanha entre as duas guerras mundiais.
A burrice dos brasileiros é tão grande que se Adolf Hitler fosse candidato a presidente do país, correria o risco de ser eleito com ampla margem de votos. Hitler, Idi Amin de Uganda, Pol Pot do Camboja, Jean Bokassa da República Centro-Africana, Stalin ou qualquer outro sanguinário e genocida ditador levaria a maioria dos votos dos brasileiros, muitos deles incultos e despolitizados. Óbvio que nenhuma destas figuras se levantaria do túmulo para incomodar nossos cidadãos, porém muitos dos seus seguidores e admiradores já estão em campanha aberta e pior: correndo sério risco de nos governar pelos próximos anos. Há políticos honestos, sim. Há muitos brasileiros que podiam governar o país de maneira séria, mas nenhum quer se associar a esta bandalheira que aí está. Se as coisas não mudarem, corre-se o risco de estarmos chocando o ovo da serpente. “Esse Hitler é paulista, mineiro, do PT, PP ou do PMDB”?
*É Professor em Porto Velho.
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