Terça-feira, 3 de março de 2015 - 07h01
Odilon Medeiros*
Gosto muito de cinema e isso me faz, sempre que possível, ler críticas de especialistas sobre o que está sendo exibido. Em uma delas, um comentário publicado em uma revista de grande circulação aqui no Brasil, me chamou a atenção. Nela, o crítico opinava sobre determinado filme e comentava que a direção era, no mínimo, insossa; afirmava que o enredo era fraco, que a música também não despertava o interesse do público e por aí ia. Até que chega um momento que ele faz um comentário positivo: o desempenho da atriz principal, que valia a pena até mesmo pagar o ingresso só para ver a atuação dela. Em sua opinião, a interpretação era algo memorável!
Automaticamente criei um paralelo entre o filme e um cenário organizacional. Alguma vez você já viu uma empresa, onde um dos únicos pontos de destaque era um determinado colaborador? Eu já! E várias pessoas comentavam que era aquele colaborador que “carregava” a empresa.
Assim, o primeiro fator a comentar é: como é possível que uma empresa chegue a esse nível? O que pode ter causado isso? Uma das possibilidades é a falta de humildade dos gestores. Deixe eu me explicar melhor: já vivenciei situações nas quais as ideias ou a condução de um determinado projeto apresentavam sinais evidentes de que não funcionariam bem, não trariam os resultados esperados. Mesmo assim, os gestores, por se sentirem os pais de tudo, não praticaram o desapego e nem foram humildes o suficiente para reconhecerem ideias que poderiam apresentar melhores resultados.
E o que era previsível aconteceu: os resultados ficaram abaixo da expectativa gerada. E o que foi pior: pessoas externas à equipe e alheias ao processo de condução do projeto, creditam o fracasso a todos os integrantes e não apenas ao gestor que não soube fazer a gestão. Em outras palavras: a competência de cada liderado é questionada e a imagem comprometida.
Para casos assim, concordo com um famoso consultor que, ao orientar um profissional que estava passando por situação semelhante à citada acima, recomendou: “Não tente mudar a empresa; mude de empresa!”.
E se o profissional que está vivenciando essa situação, não muda de empresa? O que seria ele? Um mártir? Um pobre coitado? Um acomodado? Um inseguro, que não tem coragem de mudar? Apenas uma pessoa comprometida com a causa? O que pode acontecer com ele?
Neste momento, convido você a fazer algumas reflexões sobre as possíveis consequências na carreira desse profissional. Só que, neste momento, preciso da sua colaboração. Preciso que você reflita e chegue a algumas conclusões, sem a minha intervenção. Quem sabe você não está passando por essa situação?
E se estiver vivenciando essa situação? O que pode ser feito? É claro que você não pode, como é dito no Brasil, chutar o pau da barraca, largar tudo, pois isso seria um ato de irresponsabilidade, não é verdade? Por outro lado, acredito que não é uma boa ideia, permanecer na mesma condição. Para essa situação, o que você acha de elaborar um planejamento e definir metas (e ações, óbvio!) para mudar os rumos da sua vida profissional?
Se você está vivenciando essa situação e não consegue se ver fora dela pergunto: quais os motivos que estão levando você a pensar desta maneira? Eles realmente existem ou são frutos da sua imaginação fértil? Quais as origens deles? Saiba que, muitas vezes, somos nós mesmos que nos sabotamos, nós mesmos que não reconhecemos o nosso valor e a nossa capacidade, nós que criamos as maiores dificuldades para mudar...
Por outro lado, precisamos ter cuidado para não nos tornamos prepotentes, inconsequentes, irresponsáveis, orgulhosos, entre outros adjetivos não tão bem aceitos pela nossa sociedade, baseados em ideias excessivamente positivas a nosso respeito e que nem sempre correspondem a verdade. Lembre-se equilíbrio é tudo!
Lembre-se também que nenhum ator é obrigado a aceitar qualquer papel que lhe é oferecido; que quando ele é bom no que faz e é reconhecido pelo público, é disputado pelos diretores gerando alterações nos valores dos seus cachês. E isso independe de faixa etária, beleza, raça, etc. Ele é destacado pela forma de atuar. E trabalhos, não faltam.
E se você é o próprio diretor? Aquele do qual já falamos várias vezes aqui? Você está se dando a oportunidade de ver além da sua própria realidade? Está fechado no seu próprio mundo? Cuidado: o “seu mundo” pode ser apenas uma partícula do mundo real e tantas coisas podem estar acontecendo aqui fora... É a hora de uma avaliação (ou reavaliação) do seu comportamento.
Assim, seja você ator ou diretor deste roteiro chamado vida, cuide-se para ser reconhecido pelo seu trabalho e evitar o pior: tornar-se um mero expectador.
Diante do que foi dito, só me resta dizer: então aja e seja feliz!
Em tempo: o filme que serviu de mote para esse artigo não ganhou o Oscar!
(*) Odilon Medeiros – Consultor em gestão de pessoas e marketing, palestrante, professor universitário, mestre em Administração, especialista em Psicologia Organizacional, pós-graduado em Gestão de Equipes, MBA em vendas. Contato: om@odilonmedeiros.com.br / www.odilonmedeiros.com.br
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