Segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017 - 16h24
Os jornalistas Leandro Stoliar e Gilson de Oliveira, da TV Record, que haviam sido detidos no último sábado (11) no norte da Venezuela, chegaram ao Brasil às 5h50 de hoje (13). A equipe foi detida pelo Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional (Sebin), juntamente com dois ativistas venezuelanos, José Urbina e María Jose Túa, da ONG Transparência Venezuela, enquanto investigava denúncias de suborno por parte da construtora Odebrecht na construção de uma ponte.
A TV Record informou na manhã de hoje, nas suas redes sociais, que os jornalistas desembarcaram no Aeroporto Internacional de Guarulhos e que eles foram presos “durante gravações para uma série de reportagens especiais para o Jornal da Record sobre denúncias de corrupção envolvendo financiamentos do BNDES que favoreciam empreiteiras brasileiras, inclusive a Odebrecht, citada nas investigações da Operação Lava Jato”.
Violência contra a liberdade de expressão
Em nota divulgada no fim da tarde de hoje, a emissora disse que os jornalistas ficaram “quase 36 horas sob custódia de policiais e militares do Sebin, que confiscaram equipamentos, câmera, computador e celulares de nossos profissionais. A Record repudia de forma veemente este tipo de violência que atenta contra a liberdade de expressão e tenta controlar o acesso à informação. Estratégia de regimes que desprezam a democracia e os direitos humanos”.
A emissora agradeceu o apoio das autoridades brasileiras, diplomatas, advogados e representantes de entidades do país vizinho, como a Transparência Venezuela e o Sindicato dos Jornalistas Venezuelanos.
Apesar do ocorrido, a Record TV disse que “a investigação conduzida em vários países sobre os desvios em obras internacionais financiadas com recursos do BNDES prosseguirá e as reportagens serão exibidas, em breve, numa série especial no Jornal da Record”.
A Federação Nacional das Empresas de Rádio e Televisão (Fenaert) disse, em nota, que “considera inaceitável qualquer ato ou manifestação que impeça ou tente impedir que os profissionais da imprensa exerçam suas atividades, dentro ou fora do Brasil”.
Segundo a entidade, a prisão dos jornalistas Stoliar e Oliveira é um “gravíssimo atentado ao livre exercício da imprensa, deve ser apurado com o rigor que merece e acompanhado pelas autoridades brasileiras”.
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