Segunda-feira, 9 de janeiro de 2017 - 06h20
Por Ricardo Kotscho, no Balaio do Kotscho
Se a primeira semana de 2017 foi assim, fico imaginando como chegaremos à última.
Conto com a ajuda dos leitores para encontrar respostas porque não faço a menor ideia do que nos espera até lá.
Tanto quanto as matanças de presos no Amazonas e em Roraima, o que me chocou foi a reação aparvalhada dos agentes públicos de todos os níveis, uns jogando a responsabilidade nos outros, e apresentando novos velhos planos de segurança para um futuro distante, quando já estaremos todos mortos, dentro ou fora das cadeias.
Eram tragédias anunciadas, plenamente previsíveis. Revelam acima de tudo, a falência das instituições do Estado brasileiro.
Nestas duas semanas que passei longe do mundo na minha pequena Porangaba, a menos de duas horas de São Paulo, onde não se vendem mais jornais desde que meu amigo Jorjão morreu, e as conexões de internet caem a toda hora, li e reli velhos livros esquecidos na estante do sítio Ferino para tentar descobrir onde e quando perdemos o prumo, o fio da meada.
Como chegamos a este nível de barbárie, de incertezas e de insegurança num país que tinha tudo para dar certo, abençoado por Deus e bonito por natureza?
Talvez nos ajude a entender o que estamos vivendo hoje o livro "Código da Vida", do ex-ministro da Justiça e advogado Saulo Ramos, já falecido, um passeio pelos últimos 50 anos da vida brasileira.
Decifrar este código, desvendando as insondáveis razões do destino das pessoas, que acabam contando a história de um país, foi o desafio do jurista-escritor.
Romance baseado em personagens e histórias da vida real, a partir das experiências vividas pelo autor, que circulou com desenvoltura pelos três poderes, temos ali uma síntese das relações promíscuas desde sempre entre o público e o privado, as relações de compadrio, o velho patrimonialismo a serviço das oligarquias, a eterna disputa do poder pelo poder.
Não há como apagar a História, e é bom que seja assim, para nos ajudar a entender o presente. Diante de tantas incertezas, não adianta se pré-ocupar.
É certo que estamos vivendo o final de um ciclo político e econômico no mundo todo e precisamos ficar atentos aos sinais sobre o que o destino nos reserva.
Por falar nisso, Donald Trump assume no próximo dia 20, uma sexta-feira.
25 de novembro - a pequena correção ao 25 de abril
A narrativa do 25 de Abril tem sido, intencionalmente, uma história não só mal contada, mas sobretudo falsificada e por isso também não tem havido
Tive acesso, sábado, dia 16 de novembro, a uma cópia do relatório da Polícia Federal, enviado pela Diretoria de Inteligência Policial da Coordenaçã
Pensar grande, pensar no Brasil
É uma sensação muito difícil de expressar o que vem acontecendo no Brasil de hoje. Imagino que essa seja, também, a opinião de parcela expressiva da
A linguagem corporal e o medo de falar em público
Para a pessoa falar ou gesticular sozinha num palco para o público é um dos maiores desafios que a consome por dentro. É inevitável expressar insegu