Terça-feira, 25 de novembro de 2014 - 11h04
Vitor Paniagua
Foi preciso que o STJ, o Ministério Público e a Polícia Federal viessem a público para que uma voz que não se calou o tempo todo recebesse uma lufada de credibilidade. Não calar, entretanto, custou caro ao dono da voz e se talvez fosse outro há muito teria desistido.
Taxado de louco por tantos mesmo exibindo provas cabais de corrupção no governo o presidente da Assembleia Legislativa de Rondônia, Hermínio Coelho, por tantas foi ignorado por outras tido como desequilibrado e por vezes humilhado. Colocou sua reeleição em risco ao ficar na trincheira sozinho contra um staff poderoso do governo e enxergado até com desconfiança por seus pares. Por falar o que pensa quase lhe negaram vaga no partido para concorrer na eleição passada. Teve sua privacidade invadida por agentes do governo, viu, impotente, seu filho ser arrastado para as grades soba acusações sem consistência desencadeada por uma operação denominada Apocalipse, mas que bem poderia se chamar “Vingança” ou “Fecha o Bico”. Por fim, humilhação extrema, igualmente sob acusações descabidas, lhe afastaram da Presidência da Assembleia e do mandato. Não arredou um dedo mindinho de suas convicções e acusações consciente de que cumpria seu dever parlamentar. Pode não ser o “pai da criança” da deflagração da Operação Plateias, mas negar-lhe o protagonismo das denúncias é birra ou interesses contrariados.
Já não é mais o Hermínio que acusa governo e governantes de Rondônia de se reunir em bando para assaltar os cofres do Estado. Trata-se da polícia Federal, do Ministério Público e o próprio STJ que acordou em prender e conduzir os acusados. Inarredável em suas denúncias pode se até discutir o estilo ou a falta dele, mas jamais o conteúdo de tudo o que o presidente da ALE levou a público nos últimos meses. Porém (sempre tem um porém), há quem prefira ainda desqualificar suas denúncias desconfiando de sua sanidade, colocando em xeque seu equilíbrio emocional. Preferem lembrar que Hermínio é investigado pelo Ministério Público por conta de contratos de publicidade quando presidia a Câmara Municipal de Porto Velho, quando uma coisa não desqualifica a outra, ou seja: se restar provado sua culpabilidade nesse processo terá que ser responsabilizado por ele, o que não invalida suas denúncias. O fato de estar sendo investigado por uma denúncia não o obriga a se calar diante de denúncias de corrupção no governo. Seria o mesmo que querer que o PSDB de Aécio deixasse de exigir providências no caso do Petrolão do PT, PMDB e PP porque o lobista Fernando Baiano declarou que já fazia negócios na Petrobrás desde FHC.
Se os deputados irão ou não afastar o governador de suas funções é outra história. O Parlamento é uma casa política e a maioria governista pode impedir qualquer procedimento contra o chefe do executivo. Porém, mesmo sabendo desse risco cabe ao Presidente da Assembleia tomar as medidas que tomou como exige sua função e lhe garante suas prerrogativas de Presidente da Casa de Leis. Só falta agora dizerem que ele também não deveria tomar a medida por conta da investigação que corre contra si. Seria o fim da picada, ou como diz meu amigo advogado João Paulo das Virgens: faça-me uma garapa!
Vitor Paniagua - Jornalista
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