Sábado, 29 de março de 2014 - 07h22
Professor Nazareno*
Há exatos 50 anos, setores militares brasileiros pressionados pela elite civil do país, por meio de um golpe militar, quebravam as regras institucionais vigentes e solapavam a nossa frágil democracia. A elite nacional, que estava receosa com o avanço do comunismo e inspirada pelos ideais norte-americanos, incentivou e patrocinou a aventura armada que mergulharia o Brasil em 21 anos de escuridão política. Enquanto durou, a tosca aventura fardada se chamou pomposamente de Revolução e somente depois de 1985 com o seu ocaso, convencionou-se chamá-la simplesmente de golpe militar. Apoiados por grande parte da alienada população brasileira, os golpistas deram a desculpa de estarem protegendo a ameaçada democracia de irresponsáveis grupos armados inspirados pelo comunismo da antiga União Soviética. Era a Guerra Fria.
No entanto, a vítima daquela malfadada aventura era somente a democracia. Muitos militantes de esquerda foram enfrentados sob a acusação de tentar implantar por aqui um regime pró-soviético e antidemocrático, enquanto as classes dominantes se encarregaram de dar um fim definitivo às aspirações comunistas. Quem vencesse a contenda “presentearia” o país com um regime de exceção. Por isso, os ganhadores, no caso a elite de direita e os militares golpistas, empurraram-nos de goela abaixo mais de duas décadas de trevas, cerceamento das liberdades individuais, ataques sistemáticos à democracia, perseguições políticas, medo, torturas de oposicionistas além de outras excrescências típicas das ditaduras de repúblicas bananeiras do Terceiro Mundo. No “campo de batalha”, os DOI-CODI viraram sinônimos de aceitação do contraditório.
Porém, muitos dos perseguidos e torturados daquela época, hoje viraram autoridades e em alguns casos estão reproduzindo todo o mal que combatiam tenazmente. Embora ungidos pelo voto democrático, vários dos atuais mandatários chegaram ao poder denunciando a corrupção e os desmandos, mas inventaram e ainda defendem o Mensalão. Reclamavam também da pouca ou nenhuma independência entre os poderes constituídos, mas influenciaram na escolha de Ministros do STF para obter vantagens em julgamentos de seus corruptos comparsas. Se a Ditadura Militar foi fartamente acusada de usar o futebol, paixão nacional, para alienar ainda mais a população brasileira, o que dizer da aceitação e da organização da Copa de 2014 pelo ex-presidente Lula e defendida por setores do PT, o Partido que está no Poder?
Paulo Maluf, Jáder Barbalho, o falecido ACM da Bahia, José Sarney, Fernando Collor, a Rede Globo dentre outras figuras carimbadas que sempre defenderam o regime militar e com ele compactuaram, hoje são amigos íntimos e até colaboradores do PT. Igualmente aos petistas, essa gente, assim como os militares, nunca gostou dos brasileiros comuns e nem do Brasil. Como o PT, os golpistas não tinham um projeto de Governo, mas só de poder. A tão combatida censura à mídia da época dos generais hoje se chama Marco Civil da Internet. A eliminação de aliados incômodos, prática usual dos milicos, teve sua versão com Celso Daniel. A alienação total da população é imitada à risca pelos petistas. A política do “pão e circo”, tão execrada durante a Ditadura, hoje garante vitórias seguidas aos “companheiros”. Até os comunistas aderiram ao projeto de poder proposto pelos novos donos do Brasil. Meio século de sofrimento imposto aos brasileiros tanto pela direita quanto pela esquerda precisa acabar ou estaremos fritos.
*É Professor em Porto Velho.
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