EXCLUSIVO: HOMEM BOMBA

Mário Calixto ameaça
revelarsubmundo da política

­­O medo de ser morto teria motivado o empresário a gravar um vídeo
de quase uma hora, onde narra tudo o que sabe, garante o advogado do ex-senador

O ex-senador diz que foi atraído para uma arapuca em Guayaramerin, onde conta ter sido chamado por políticos influentes de Rondônia que participavam de um encontro binacional na Bolívia. Ele teria sido advertido a não contar o que sabe sobre as grandes personalidadespolíticas do Estado ,ameaçado de morte e preso, em seguida, pela polícia boliviana.

O medo de ser morto teria motivado o empresário a gravar um vídeo de quase uma hora, onde narra tudo o que sabe. As informações são de Breno Mendes, advogado de Mário Calixto.

O advogado do ex-senador também revela que seu cliente está disposto a se entregar à Justiça brasileira. As condicionantes para o retorno do empresário ao Brasil é que ele termine de cumprir a pena no presídio estadual Vale do Guaporé, em Rondônia, e não em um presidio Federal em Campo Grande, como teria decidido a Justiça Federal.

“Ele irá se entregar sim, no momento em que seus direitos e garantias individuais forem respeitados, ele não tá fugindo da Justiça e sim da Injustiça praticada contra ele. Queriam que o cidadão que tem uma empresa há 35 anos em Porto Velho, e mora (em Rondônia) desde muito jovem, fosse cumprir pena em um presidio Federal em Campo Grande”, comentou Mendes em sua página pessoal no Facebook.

ENTENDA O CASO

Mário Calixto é considerado foragido da Justiça desde 2012, quando fugiu de um hospital, em Porto Velho, arrancando a tornozeleira que o monitorava. Contra ele existem mais de 100 processos, segundo o Superior Tribunal de Justiça (STJ). As acusações vão de peculato, desvio de dinheiro público, até crimes de imprensa e formação de quadrilha.

O OUTRO LADO

O advogado Breno Mendes, equipara a situação de saúde de seu cliente com a do deputado federal José Genoino, preso recentemente na Papuda, Brasília, em decorrência das investigações do escândalo do mensalão. Os advogados de Genoino solicitaram que o parlamentar cumprisse pena em regime domiciliar em razão do suposto quadro grave de Saúdo político.

Segundo Mendes, Mário Calixto, 67 anos, há 10 anos começou a apresentar sérios problemas cardíacos.Ele conta que o ex-senador, que foi preso em junho do ano passado, foi levado em outubro do mesmo ano para o Hospital Central por apresentar hipertensão arterial. Após ter sido medicado voltou ao presídio onde cumpria pena. Dias depois, já em Novembro, teve uma recaída, foi encaminhado para o Hospital Panamericano e de lá para o Prontocor.

No retorno ao presídio, teria apresentado hipertensão novamente. O local não tinha medicação adequada, segundo o advogado e, mais uma vez, Calixto foi parar no Hospital Prontocor onde teria ficado três dias na UTI. Ainda internado soube que uma juíza federal (Juliana) havia solicitado sua transferência para Campo Grande, Mato Grosso do Sul, o que teria motivado sua fuga. “Não resta dúvida que ele foi preso por causa da expressão política que tem”, aponta Mendes se referindo ao fato do seu cliente ter solicitado, e ganho, refúgio político em cinco países.

Ele disse que o ex-senador já cumpriu quase toda a pena em regime fechado e que em breve teria direito ao semi-aberto, pelo regime de progressão de pena. Segundo, destaca o advogado,a justificativa da Justiça para ter mantido o ex-senador preso, antes da sentença transitar em julgado, é porque “Calixto tem muito dinheiro e poderia fugir do país”.

Ele também acrescenta que seu cliente “nunca matou ou traficou. O crime que ele foi condenado foi por não pagar o INSS no ano de 2004. O cidadão está legalmente como refugiado na Bolívia com certidão do Conselho Nacional de Refugiados - CONARE órgão filiado a ONU, com isso, suas garantias de refugiado e principalmente de pessoa devem ser respeitadas”, finalizou o advogado.

Nota do Alto Madeira

Embora seja detentora dos nomes dos políticos que constam no vídeo gravado pelo ex-senador, a direção do Jornal preferiu resguardá-los.

           Fonte: Jornal Alto Madeira