Segunda-feira, 24 de junho de 2013 - 21h17
Professor Nazareno*
A recente onda de manifestações e protestos que varre o país de norte a sul e que já entrou para a História como a “semana que mudou o Brasil”, serviu para mostrar ao mundo algo que há muito tempo já tínhamos esquecido por aqui: a força do povo nas ruas. Deflagrada inicialmente por causa do aumento das tarifas de ônibus urbanos em São Paulo e da violenta repressão policial ao movimento, a revolta popular se espalhou como um rastilho de pólvora pelo país inteiro. Do Amapá ao Rio Grande do Sul, da Paraíba ao Acre, a insatisfação levou milhares de manifestantes furiosos às ruas para reivindicar dos seus governantes melhorias na saúde, educação de qualidade, mais saneamento básico, transparência com a coisa pública, fim da PEC-37, fim da corrupção, fim dos privilégios dos políticos, rejeição ao Projeto da “cura gay” e também para denunciar os elevados gastos com a organização dos grandes eventos mundiais realizados pelo Brasil como a Copa das Confederações, Copa do Mundo e Olimpíadas.
O movimento foi acusado equivocadamente de não ter um ideal ou um foco específico. Tolice: a insatisfação com os péssimos serviços públicos oferecidos pelo Estado e o vandalismo que se pratica impiedosamente há anos contra o povo sofrido, explorado e humilhado deste país desencadearam os atuais protestos. O grande problema é que estes manifestantes não tinham e nem têm uma liderança que os guie de forma segura, firme e coerente. A espontaneidade das manifestações ditou os protestos. Os jovens usando as redes sociais deram o tom idílico e até romântico às reivindicações. Mas não nos enganemos: a maioria dos eleitores, aqueles que em toda eleição votam em “Zequinha Araújo, Marco Feliciano, Confúcio Moura, Epifânia Barbosa, Ana da 8 e Fernando Collor da vida” não estava participando dos protestos e no próximo ano pode dar o troco a nós, “vândalos e baderneiros” que participamos das reivindicações. Não se pode subestimar a esperteza de quem sempre foi contra qualquer mudança social.
Além do mais, aqueles que saíram às ruas, em grande parte dos casos, foram para apenas fazer fotos para postar no mesmo Facebook que os empurrou para lá. Despolitizados em sua maioria e sem a menor leitura de mundo sobre a importância histórica desses acontecimentos, muitos viram aquilo como mais uma festa. Porém, valeu a pena, pois meteu medo nos políticos e a mensagem que ficou foi: “estamos vivos e acordamos da longa escuridão e inércia a que nos submeteram”. Todos nós esperamos que não tenha sido só “fogo de palha” e que esta mobilização continue firme para o próximo ano com eleições presidenciais e Copa do Mundo. A fragilidade de um Governo corrupto, frouxo, desgastado, acuado e aliado a políticos canalhas e ladrões, que não aguenta nem dois dias de pressão vinda das ruas, sinaliza que os protestos devem continuar até se conseguir outras grandes e importantes conquistas que nos beneficiem. Este país, que é dos brasileiros honestos, precisa ser passado a limpo.
Avessos ao partidarismo tradicional e com ódio extremo dos políticos em geral, os manifestantes disseram com estes atos que não aguentam mais as inúmeras obras paradas, a inoperância e a incompetência das autoridades e principalmente a corrupção generalizada e a impunidade. Se os mensaleiros, que já foram julgados e condenados pelo Supremo Tribunal Federal, não forem presos, a Copa do Mundo devia ser cancelada no país. Em Rondônia, a situação parece ser pior, pois estamos sujeitos a governantes fracos e pusilânimes, ou seja, pessoas que se travestiram de autoridades e conseguiram enganar a todos nós. Os viadutos parados, a ponte inacabada do Madeira, o hospital João Paulo Segundo, o abandono da capital Porto Velho, os escândalos nas Prefeituras, Câmaras de Vereadores e na Assembleia Legislativa do Estado, a roubalheira generalizada e a falência do Estado com as suas inúmeras greves precisam de soluções urgentes. O monstro saiu às ruas e quem deveria cuidar dele está “bêbado” e não tem a menor responsabilidade e nem moral suficiente para contê-lo. Indignação, não há melhor palavra para justificar esses levantes populares no Brasil de junho de 2013.
*É Professor em Porto Velho.
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