Sexta-feira, 5 de julho de 2013 - 11h12
David Nogueira
1. Na política, vale o parecer e não o ser!
Essa fala me faz relembrar um enfurecido imperador romano em acalorado diálogo com sua imaculada consorte. Lá pelas tantas, ele sentencia: “A mulher de César não basta ser séria, precisa parecer séria!”
Todos os mandatários, quase que indistintamente, costumam pecar bastante nas suas comunicações, e o Governo Federal não foge à regra. Por tal delito, os felizes hóspedes do Palácio do Planalto pagam hoje um alto preço. A comunicação não é nenhuma panaceia e precisa ser vista como um elemento auxiliar na governabilidade. Aquilo que não é noticiado... inexiste! Não está no mundo real das pessoas e da sociedade. Quanto mais as informações aumentam de velocidade e capacidade de capilarização nos diferentes extratos sociais, mais deveria ser a preocupação dos governantes em levar informação aos mortais e pacatos cidadãos do seu terreiro. Se ele não fizer isso com seu olhar, outros o farão... com outros olhares! Nesse contexto, deixa de ser importante o fato em si, por mais estranho que possa parecer, para se realçar a percepção final de quem está na ponta. Essa sutil distinção faz toda a diferença.
2. O caso da Educação
Os números da educação de nosso país são deveras significativos, porém poucos dominam esses dados. Essa ignorância numérica generalizada é decisiva para a consolidação de imagens diversas (negativas) sobre o papel do governo no setor. O Brasil migrou de 4,8% do PIB em investimento educacional para 6,1% no final de 2011. Nesse período, saiu-se de 3,04 milhões de alunos atendidos, para 6,74 milhões (entre rede pública e privada). Em termos percentuais, a região norte teve um aumento de 267%, o maior de todo o país. A escolaridade média dos tupiniquins saltou de 6,5 para 7,4 anos em apenas uma década (longe do ideal, mas significativo). Nesse mesmo período, o atendimento educacional a pessoas com alguma deficiência ou limitação física aumentou 103%. Além disso, a universalização do acesso ao ensino fundamental para crianças na faixa etária de 6 a 14 anos atingiu 98,3%. Na faixa etária de 15 a 17 anos, o atendimento alcançou 83,8%, com tendência a aumentar com o aprofundamento das políticas locais.
3. Mas onde está a mudança?
Ainda sobre dados e fatos.
No ano de 2002, o Brasil tinha 148 campi de Universidades Federais espalhadas por 114 municípios. Ao final de 2014, o país terá 321 campi federais distribuídos em 275 municípios, consolidando uma política de interiorização do saber e de fortalecimento regional. Enquanto o empompado professor universitário, sociólogo e intelectual Fernando Henrique Cardoso não ousou criar uma só Universidade em seus oito anos, os vermelhinhos rabugentos construíram dezoito delas. Até o ano de 2015, o Programa Ciência Sem Fronteiras vai custear os estudos de 100 mil alunos brasileiros nas melhores universidades do mundo, promovendo o maior intercâmbio científico de nossa história. Some-se a isto a importantíssima ação de retomada das Escolas Técnicas Federais, abandonadas pelo governo anterior. Eram 140 unidades existentes em noventa anos de história até 2002. Em apenas oito anos, Lula construiu mais 214 Escolas Técnicas e as transformou em Institutos Tecnológicos, priorizando a interiorização do saber técnico-científico e qualificação de mão de obra (Rondônia é um exemplo disso). Dilma, em continuidade, construirá outras 246 para atender a mais de 600 mil alunos. Uma revolução.
4. Como ninguém sabe disso??
No setor de educação infantil, no qual a qualidade da formação tem poder de influenciar toda a vida acadêmica da criança, o Governo foi mais ousado ainda. Está em curso um programa que pretende construir 6.427 creches de excelente padrão, para atender crianças até seis anos. Não obstante, essa boa vontade esbarra na capacidade dos prefeitos de disponibilizarem áreas e licitarem dentro das rígidas regras do Programa.
Tudo isso está dentro de uma perspectiva de paulatino aumento dos gastos com a educação. Com o recurso do Petróleo, o chamado Pré-Sal, o dinheiro para esse setor deverá chegar a 10% do PIB. Educação de qualidade não se faz sem compromisso, competência, organização e, principalmente, dinheiro novo. As condições estão em curso, entretanto, parece que tudo isso não é visto ou assimilado. Por qual motivo?
5. Aquilo que não é visto e assimilado... Não existe!!!
A mídia do Governo tem sido medíocre, fragmentada e com foco difuso.
Com tantas boas ações acontecendo e chegando ao cidadão comum, por qual motivo ele não sai em defesa do que lhe é tão caro e significativo?
Simples, ele não vê isso como sendo dele.
A comunicação só se realiza quando o outro entende aquilo que é dito ou transmitido. Ao não se materializar tal quesito na mente do cidadão comum, a comunicação simplesmente não existe. A população não tem se apropriado de fato e de direito dos avanços alcançados pelos dois Governos Federais dos últimos 10 anos. Os curumins Brasil afora não assumiram para si as políticas públicas implantadas para beneficiar a ele e sua classe social, logo, não cabe a ele defender nada, pois nada disso é dele. Esse erro estratégico não é privilégio apenas do Governo Federal, ao contrário, normalmente, nas esferas menores de Poder, o erro se repete e de forma mais grosseira. A Xerifona de plantão tem como reverter esse quadro e tomou algumas decisões interessantes. No entanto, nada, a esta altura, será fácil ou tranquilo.
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