Domingo, 30 de novembro de 2014 - 08h01
Por Humberto Pinho da Silva
Admirava-se meu pai, nos anos cinquenta e sessenta, que a cidade do Porto estivesse pejada de turistas; e mais admirado ficou ao ter conhecimento, que a maioria eram humildes trabalhadores.
O motivo do espanto, era, porque em Portugal, só os ricos viajavam pelo estrangeiro.
A maioria dos portugueses viviam rotineiramente, e o tempo de férias era passado na praia ou na aldeia natal.
Meu tio, africanista de Angola, que desembarcara, ainda adolescente, em Luanda, vinha de longe a longe passar prolongadas férias à Metrópole, dizia que nesta província lusitana, não se vivia, vegetava-se, o que irritava deveras meu pai.
Como ele, muitos que fugiam, não digo: emigravam, porque iam a salto, sem documentos, para França, pensavam de igual modo.
No século XIX, a nossa juventude abalou para o Brasil, em busca de melhor vida. Assim aconteceu na 1ª República e agora no séc. XXI
Se no tempo de Salazar a emigração contribuiu para equilibrar a economia, não creio que o mesmo aconteça agora, já que os atuais são mais cultos, melhor preparados… e menos ingénuos.
O facto de se aprender inglês, no 1º Ciclo, é boa medida; assim, ao emigrarem, já não sentem tanta dificuldade, como os de outrora.
Meu avô materno emigrou para Paris, e bisavô paterno, abalou, ainda menino, para o Brasil. Regressou, ao atingir a maior idade, não digo rico, mas com bastante para levar vida desafogada.
É a triste sina dos portugueses, e da maioria dos latinos.
Por isso não me admira que os jovens emigrem. Foi sempre assim. Sempre o país viveu de crise em crise….até nos bons tempos das descobertas.
Governos de direita e esquerda, sempre se basearam nos salários baixos e pensões, que, em regra, mal dão para levar vida digna.
Se agora, como dizem, se vive melhor do que no tempo do Estado Novo, não será porque ambos os conjugues trabalham fora? Então, a mulher, que era senhora, em regra, era dona de casa, nem o marido admitia que o não fosse.
Será assim por culpa da classe política? Sou dos poucos que pensam que não. A culpa de não passarmos de um país que sempre espera futuro risonho, reside na mentalidade da sociedade, incapaz de mudar, a não ser em desvergonhas.
Se não fosse assim, os textos de Eça, estavam há muito desatualizados.
Muitos fazem menção de realçar que a classe política é sempre a mesma. Na verdade há políticos de direita e esquerda, que são filhos, netos e bisnetos de antigos governantes.
São famílias que sempre dirigiram o destino da nação, desde a monarquia. Apenas se reformam: mudando de ideologia.
Como a maioria não possui ideais, ora são de direita ou de esquerda, consoante interesses de ocasião. Assim, as elites, mantêm-se sempre sobre as ondas encapeladas da vida política.
Mas o mal não é só português: em quase todos os países passasse o mesmo, quer tenham regimes de direita ou esquerda
Como a crónica vai longa, e a matéria parece não ter limite, fico por aqui, na certeza que não há política, nem regime, que seja capaz de alterar o fado.
A concessão de abono natalino a servidores públicos
Pessoalmente, não vejo nenhum problema no pagamento de abono natalino a servidores públicos, desde que seja autorizado por uma lei, apesar de muita
25 de novembro - a pequena correção ao 25 de abril
A narrativa do 25 de Abril tem sido, intencionalmente, uma história não só mal contada, mas sobretudo falsificada e por isso também não tem havido
Tive acesso, sábado, dia 16 de novembro, a uma cópia do relatório da Polícia Federal, enviado pela Diretoria de Inteligência Policial da Coordenaçã
Pensar grande, pensar no Brasil
É uma sensação muito difícil de expressar o que vem acontecendo no Brasil de hoje. Imagino que essa seja, também, a opinião de parcela expressiva da